Japão diz que sonda na Lua voltou a funcionar e retoma operações

Notícia sugere que fornecimento de energia do veículo, que tinha sido cortado logo após o pouso, foi restaurado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Kyoko Hasegawa
Tóquio | AFP

A Jaxa, Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, anunciou na noite deste domingo (28, manhã de segunda-feira, 29, no Japão) que a sua sonda lunar retomou operações.

O anúncio é uma boa notícia para o programa espacial japonês, nove dias após o pouso do módulo na superfície lunar, com poucas horas de energia restante.

"Conseguimos restabelecer a comunicação com Slim e retomamos as operações", afirmou a agência japonesa na rede social X (antigo Twitter).

Sonda japonesa em cenário pedregoso e arenoso lunar
Primeira foto de sonda japonesa na lua - Jaxa via Reuters

"Imediatamente começamos as observações científicas com a MBC (câmera espectroscópica multibanda) e obtivemos a primeira luz para observação de dez bandas", acrescentou.

A Jaxa também publicou no X uma imagem capturada pela sonda de uma rocha observada perto do módulo.

O módulo Slim (Smart Lander for Investigating Moon) realizou um pouso histórico a 55 metros de seu alvo inicial, um alto grau de precisão, o que tornou o Japão apenas o quinto país a conseguir pousar na Lua, depois de Estados Unidos, União Soviética, China e Índia.

Três horas depois da alunissagem, no entanto, a Jaxa decidiu desligar o Slim, que tinha apenas 12% de energia restante, para permitir uma possível retomada das operações com a mudança do ângulo solar.

O módulo concretizou o objetivo de pousar a cem metros de seu alvo, uma precisão muito maior do que outras alunissagens, que segundo especialistas geralmente têm margem de vários quilômetros.

O Slim deveria pousar em uma cratera, na qual se acredita ser possível acessar o manto da Lua, a camada abaixo da crosta que normalmente é encontrada em grande profundidade.

Duas sondas se separaram com sucesso, segundo a Jaxa, uma delas com um transmissor e outra projetada para percorrer a superfície lunar e enviar imagens de volta à Terra.

Um pequeno veículo espacial, um pouco maior do que uma bola de tênis, foi desenvolvido em conjunto com a empresa que criou os brinquedos Transformer.

As duas missões lunares anteriores do Japão, uma pública e outra privada, fracassaram.

Em 2022, o país lançou, sem sucesso, uma sonda lunar chamada Omotenashi como parte da missão americana Artemis 1.

Em abril do ano passado, a startup japonesa ispace tentou, sem sucesso, tornar-se a primeira empresa privada a conseguir um pouso na Lua, mas perdeu a comunicação com a sua nave após uma "pouso forçado".

Rússia, China e outros países, da Coreia do Sul aos Emirados Árabes Unidos, também têm projetos para pousos na Lua.

Pouco antes da alunissagem bem-sucedida do Slim, uma missão americana privada fracassou em sua tentativa.

O módulo lunar Peregrine, da empresa americana Astrobotic, começou a perder combustível depois da decolagem, o que encerrou a missão.

Também neste mês a Nasa anunciou o adiamento de suas missões lunares tripuladas do programa Artemis.

A Artemis 2, antes planejada para o final deste ano, ficou para setembro de 2025. Ela prevê um voo na cápsula Orion, construída pela Lockheed, ao redor da satélite.

Essa deve ser a primeira vez que quatro pessoas voam para a Lua. Nas missões do programa Apollo, havia três.

A Artemis 3, por sua vez, passou de final de 2025 para setembro de 2026. Nesta, o objetivo é fazer uma alunissagem no polo sul.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.