Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Tarifa zero no transporte ou almoço grátis

Projeto dominical é a maior e a mais temerária jogada de Nunes para tentar a reeleição

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Tarcísio de Freitas impôs um tarifaço à la Milei. O reajuste na passagem de metrô e trens para R$ 5 em São Paulo a partir de 1º de janeiro é o segundo maior desde 2010 –13,6% contra 16,6% de 2015– e vai afetar sobretudo a população de baixa renda.

Ricardo Nunes, que tenta a reeleição, anunciou que não vai aumentar o preço dos ônibus municipais. O valor do transporte público na capital deixará de ser unificado pela primeira vez em 11 anos. Ao ter a candidatura fritada por Bolsonaro, que prefere ver no comando da cidade o deputado federal Ricardo Salles, o prefeito ficou sem escolha. Praticamente foi obrigado a romper o acordo com Tarcísio.

No fim de semana, teve início a grande e mais temerária jogada de Nunes para vencer a disputa com o bolsonarismo e o petismo representado por Guilherme Boulos: a experiência com ônibus gratuitos aos domingos. A medida também valerá no Natal, no Ano Novo e no aniversário de São Paulo, 25 de janeiro. A expectativa é beneficiar 2,2 milhões de pessoas. Custo anual, segundo a prefeitura: R$ 238 milhões. No primeiro dia os ônibus chegaram lotados ao Sesc Itaquera, para aproveitar o sol e a piscina também gratuita.

Não há novidade no projeto (Erundina tentou implantá-lo em 1991, mas não conseguiu prosseguir). Outros 89 municípios adotam a tarifa zero. A novidade é Nunes implementá-lo em larga escala na cidade que, de longe, é a mais populosa do Brasil. Se der certo, ganham os mais necessitados; se não der, enterra-se a mágica. Mais de dez anos após as revoltas de 2013, cujo estopim foi a angústia em relação à mobilidade urbana, a discussão sobre o passe livre agita as capitais, envolve não só partidos de esquerda, mas os de direita e de centro, e poderá decidir eleições.

A frase "Não existe almoço grátis" continua uma verdade. Mas está em crise, como todas as verdades nestes tempos em que vivemos.

Ônibus no terminal Tatuapé no primeiro dia de tarifa zero em São Paulo - Zanone Fraissat/Folhapress

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