Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

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Caso Jefferson prova que Bolsonaro é mal maior

Bolsonarista jogando granadas contra a polícia é algo que assusta o eleitor moderado

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O ataque do ex-deputado federal Roberto Jefferson à Polícia Federal é tudo o que Bolsonaro não precisava neste final de campanha eleitoral. Os obstáculos que o presidente teria de superar para reeleger-se nunca foram pequenos.

Na prática, ele precisaria não apenas atrair para si a maior parte dos eleitores que ficaram órfãos dos candidatos eliminados no primeiro turno como também tirar alguns votos do petista, o que é infrequente, ainda que não impossível. As cenas protagonizadas pelo manda-chuva do PTB recentemente convertido num aliado paroxístico de Bolsonaro atrapalham bastante essa tarefa.

De um modo geral, a base mais fiel de apoiadores é aquela que o candidato mais pode maltratar numa campanha. Mesmo que Lula convidasse João Amoêdo para ministro da Fazenda, os petistas não teriam muita alternativa que não votar no ex-metalúrgico. E, se essa é uma realidade no mundo todo, ela é ainda mais intensa no Brasil, onde o voto é obrigatório. É que nas nações em que ele é facultativo, o candidato precisa não apenas ganhar novos adeptos como também motivar sua base a sair de casa para votar. Aqui, essa segunda parte, que dá maior poder de influência à coorte dos mais fiéis, é muito menos necessária.

Meu ponto é que a extrema direita, que vê a atitude de Jefferson como resistência heroica a uma suposta ditadura do STF, não deixará de votar em Bolsonaro porque o presidente tenta distanciar-se do aliado. Vejam que Bolsonaro hesitou muito pouco antes de chamá-lo de bandido. O problema é que o fato em si, isto é, um bolsonarista extremado e armado jogando granadas contra a polícia, é algo que assusta o eleitor moderado que até aqui evitou ambos os candidatos e tenta decidir qual deles representa o mal menor. Bolsonaro, pelo discurso belicoso que estimula esses ataques, pela facilidade com que trai aliados e pelo descompromisso com as instituições, prova que é o mal maior.

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