Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

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Hélio Schwartsman

Poder e progresso

Livro mostra que avanços tecnológicos podem virar concentração de renda ou prosperidade compartilhada

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Daron Acemoglu, um dos autores do best-seller "Por que Nações Fracassam", volta à carga com mais um livro importante. Trata-se de "Power and Progress" (poder e progresso), desta vez em parceria com Simon Johnson.

A ilustração de Annette Schwartsman mostra, sob um fundo roxo, uma mão robótica que manipula uma marionete humana, um rapaz de cabelos pretos que usa jeans, camiseta cor de laranja e sapatos marrons
Ilustração Annette Schwartsman

Os autores admitem, por óbvio, que avanços científicos e tecnológicos estão na base da era de bem-estar material em que nos encontramos. Hoje, mesmo os mais pobres vivem vidas mais longas, mais saudáveis e com acesso a confortos com que nossos ancestrais de 300 anos atrás nem sequer podiam sonhar. O ponto da dupla é que nem todos os progressos tecnológicos se convertem automaticamente em prosperidade para todos.

Em algumas circunstâncias conseguimos transformar os avanços em bem-estar compartilhado, mas em várias outras o que se vê são elites se apropriando dos ganhos de produtividade, podendo até mesmo levar a maioria a experimentar uma piora nas condições devida. Foi o que ocorreu, por exemplo, com vários dos grupos que trocaram a caça/coleta pela agricultura/pastoreio. Foi também o destino das primeiras levas de trabalhadores sob a revolução industrial.

Acemoglu e Johnson analisam mil anos de história e tentam mostrar as razões para a diferença. Os detalhes obviamente variam muito, mas a repartição dos ganhos só ocorreu de forma mais equitativa quando a sociedade conseguiu desenvolver instituições, como sindicatos, imprensa etc. que lograram fazer com que as decisões sobre a tecnologia e a organização do trabalho não ficassem unicamente a cargo das elites.

Com esse instrumental, a dupla também aborda vários temas quentes do momento, como a inteligência artificial e as ameaças à democracia representadas pelas redes sociais. No capítulo final, eles elencam medidas que ajudariam a robustecer a sociedade civil, transformando-a numa força capaz de contrabalançar a tendência de concentração de poder e riqueza nas mãos de grupos cada vez mais restritos.

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