Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Só as Brabas são capazes de alegrar a Fiel

Quase hexacampeãs brasileiras, as corintianas fazem bem mais que os corintianos

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Dizer que as Brabas compensam os fiascos dos homens nem seria exagero, mas mentira mesmo.

Porque as alegrias que elas trazem, neste já longo período de quase cinco anos de jejum entre os homens, são diretamente proporcionais à importância que o país dá ao futebol de mulheres. Crescente, embora ainda incomparavelmente menor que o masculino.

Millene e Vic Albuquerque comemoram gol na partida São Paulo 1 x 3 Corinthians - Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians


No Morumbi, com mais de 28 mil torcedores, como jamais havia acontecido por lá, as Brabas saíram na frente, muito na frente das Soberanas, ao vencê-las por 3 a 1, com o que podem perder no domingo que vem, em Itaquera, por um gol de diferença e mesmo assim serão campeãs pela sexta vez, pentacampeãs seguidamente.

O placar não reflete o que aconteceu em campo.

Prevaleceram a frieza e experiência alvinegras diante da ansiedade tricolor.

Também, pudera. Era a oitava final consecutiva de umas contra a primeira das outras.

Fez bem a direção do São Paulo em levar o jogo para o Morumbi, porque só assim, cada vez mais, o futebol feminino, três vezes prata nas Olimpíadas, assumirá a relevância que se vê em outros países.

O holandês Memphis Depay na apresentação ao Corinthians - Nelson Almeida/AFP

JÁ O MASCULINO…
Entre os homens o sofrimento continua.

Era preciso ser muito otimista para contar com um pontinho que fosse contra o líder Botafogo.

Nem por isso se justifica o time acovardado do primeiro tempo, como, aliás, o segundo comprovou, quando até poderia ter trazido o empate que fecharia com chave de ouro a semana de euforia meio autêntica, meio artificial, pela classificação na Copa do Brasil e pela contratação, repita-se, irresponsável, de Memphis Depay.

No aguardado, adiado e tardio "Dia da Transparência" da diretoria, soube-se que a nova gestão aumentou em mais R$ 200 milhões a dívida do clube nos seis primeiros meses de escandalosa gestão.

Vai, Corinthians!

Aonde é que não se sabe.

O holandês Memphis Depay na apresentação ao Corinthians - Nelson Almeida/AFP

JOGATINA DESVAIRADA
Como esperado, mesmo regulamentada, a jogatina online desperta preocupação entre os que pensam mais na saúde que na ganância.

A propaganda ilimitada das bets gera agora projeto de lei da deputada federal, e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, para proibi-la como a do cigarro e das bebidas.

Comunicadores milionários, ex-atletas idem, e até em atividade, assim como técnicos de futebol, cinicamente enchem mais os bolsos e pedem que se aposte com moderação, como mero entretenimento, enquanto colaboram para viciar pessoas como já fizeram com o álcool.

A poderosa Globo se associa a empresa de cassinos, entra de sola no mercado das apostas e desperta desconfiança quando seu jornalismo denuncia lavagem de dinheiro dos concorrentes. Será apenas para afastá-los?

Profetas proliferam na pregação da teologia da prosperidade, porque basta ter fé para se dar bem, e exploram os otários, esquecidos de que é a banca que ganha sempre.

Os neopentecostais já não sabem se ficam com a condenação do jogo ou se investem na busca do enriquecimento milagroso.

E a manipulação dos resultados esportivos prolifera.

No próximo dia 19, o Instituto Conhecimento Liberta (ICL) lança documentário, do qual participo, às 20h, "O Jogo Sujo que Ninguém Comenta", em quatro capítulos demolidores.

"Ou restaura-se a moralidade ou locupletemo-nos todos" pregava Sérgio Porto, o velho Stanislaw Ponte Preta.

Pobre Brasil.

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