Julianna Sofia

Jornalista, secretária de Redação da Sucursal de Brasília.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Julianna Sofia

Fruto podre

Bolsonaro agora anuncia que manterá no cargo o ministro denunciado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Na tarde de quinta (3), o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) se reuniu a portas fechadas com o presidente Jair Bolsonaro. A agenda era pública, mas não há relatos sobre o que aconteceu no gabinete mais importante da República. Beira o insólito que não tenham tratado do indiciamento do mineiro pela Polícia Federal no escândalo das candidaturas-laranja do PSL --fato ocorrido dois dias antes do encontro e noticiado nesta sexta (4).

A investigação policial concluiu que o ministro comandou um esquema de desvio de dinheiro público por meio de candidaturas femininas de fachada nas eleições de 2018 em Minas Gerais. Para os investigadores, Álvaro Antônio "possuía o total domínio do fato, controle pleno da situação, com poder de decidir a continuidade ou interrupção do repasse de recursos do fundo partidário". Era e é o "dono do PSL" mineiro. O Ministério Público denunciou o político à Justiça Eleitoral.

Bolsonaro já havia estabelecido uma régua para demarcar o ponto em que tomaria uma decisão sobre a permanência, ou não, do peesselista na Esplanada dos Ministérios. Se a polícia constatasse o envolvimento do auxiliar no esquema, "podem ter certeza que uma decisão será tomada", assegurou o presidente.

Agora, ele anuncia que manterá no cargo o ministro denunciado e aguardará o desenrolar do processo. Bolsonaro vai elevando a barra para definir o momento de uma eventual demissão enquanto se acumulam evidências dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recursos e associação criminosa. Álvaro Antônio se diz alvo de uma campanha difamatória.

O presidente resiste em descartar o fruto que apodrece na cesta. 

Um motivo: o inevitável paralelo do caso com a investigação sobre seu próprio filho, Flávio, parada no Ministério Público do Rio. Uma elucubração: o titular do Turismo pode ser um útil anteparo, evitando que algo avance diretamente, sem desvios, sobre o perímetro do Palácio do Planalto.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.