Muita gente me pergunta sobre a ejaculação rápida —ou precoce. E a principal dúvida é: existe tempo mínimo (ou máximo) para o problema sexual ser considerado ejaculação precoce? Ou isso não tem nada a ver?
São muitos os mitos em torno das dificuldades sexuais como a ejaculação precoce. Esse termo acabou se popularizando demais, e muitos jovens e homens adultos que não têm problema algum nessa área, às vezes, acham que têm. Mas vamos esclarecer isso agora.
Cada pessoa tem um estilo sexual, um jeito de ser na hora do sexo. E isso varia ao longo da vida, dependendo das experiências vividas, dos gostos, das preferências, do que foi bom ou ruim, entre outros fatores.
Sendo assim, cada pessoa vai reagir eroticamente de uma forma própria a cada tipo de toque, carícia, prática sexual. Há quem se estimule muito com a penetração. Já há quem prefira (e chegue facilmente ao orgasmo com) o sexo oral. Ou a masturbação. Ou o sexo anal. Varia muito de pessoa para pessoa.
Estamos falando aqui de estímulos eróticos, que chegam a nós pelos órgãos do sentido (tato, olfato, visão, audição e paladar) e também pelo que está na imaginação.
Diante disso, pode ser que o sexo oral leve uma pessoa mais rapidamente ao clímax sexual. E já falamos por aqui que o orgasmo (que é o ponto máximo de prazer) promove uma série de contrações na região dos genitais (pênis, órgãos internos e redondezas) e são elas que fazem com que o sêmen (ou esperma) seja lançado para fora do corpo (que é a ejaculação).
E isso tudo pode ser considerado totalmente natural. Ou seja, sem que haja mal ou problema algum nisso.
Sabendo disso, agora vamos aos casos de ejaculação precoce. Já houve um tempo em que falávamos que essa dificuldade sexual era medida por segundos ou minutos. Mas hoje a gente caracteriza a ejaculação precoce de outra forma.
Vamos a ela: podemos considerar que ejaculação precoce ocorre quando o jovem ou o homem adulto ejacula sem sentir prazer ou o ponto máximo de prazer (que é orgasmo) e sem conseguir ter o menor controle sobre isso. Por exemplo, sem conseguir parar um pouco e fazer outra coisa para segurar a ejaculação. E tudo isso acontece muito rapidamente, logo que há o contato sexual: o beijo, a carícia, a masturbação, a penetração ou o sexo oral.
Ou nem precisa que o contato em si ocorra: basta estar na cena erótica ao lado de alguém por quem a pessoa sente muito desejo.
E por que isso ocorre? Ansiedade, ansiedade, ansiedade. Sim, ansiedade. Repito isso porque a principal causa da ejaculação rápida ou precoce é ansiedade em excesso. E isso pode ocorrer por uma série de fatores, como a cobrança pelo desempenho (como já falamos muitas vezes por aqui) ou a falta de conhecimento sobre próprio corpo e os mecanismos de prazer.
Mas tem tratamento! Se há um problema instalado, a dica é buscar dois especialistas: o médico ou a médica urologista, para verificar como anda a saúde sexual e olhar para a parte física, e o psicólogo ou a psicóloga, para investigar as questões emocionais em jogo nas dificuldades sexuais e encontrar meios de lidar melhor com essa história.
Mas a pessoa também já pode, por si só, ir tentando baixar a cobrança, entender que ninguém é perfeito e que não precisa dessa ansiedade toda para viver a vida.
Outra dica é buscar conhecer cada vez mais seus mecanismos de prazer. Nesse ponto, um exercício pode ajudar: na hora da masturbação, basta tentar interromper um pouco quando estiver próximo ao orgasmo e à ejaculação. Depois retomar. E ir fazendo esse exercício para descobrir jeitos de conquistar mais percepção e controle sobre a chegada da ejaculação.
Enfim, é isso! E veja que curioso: hoje escrevi mais longa e detalhadamente a coluna. Pra quê? Para que até aqui no nosso bate-papo você tenha mais fôlego, faça as coisas com mais calma, tente ler (ou reler) mais sem pressa e (por que não?) comece a buscar caminhos para adotar um estilo de vida menos ansioso como um todo. O seu bem-estar e o prazer agradecem.
Até semana que vem!
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