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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Descrição de chapéu medicamentos

Em desaceleração, receita das farmácias sobe 6,2% no 1º tri

Avanço nos três primeiros meses de 2016 foi de 15,5%, em 2017, de 10,4%.

Maria Cristina Frias

O setor farmacêutico faturou R$ 11 bilhões no primeiro trimestre de 2018, 6,2% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo a Abrafarma (associação das redes de drogarias). 

O desempenho do setor foi menor que o esperado, apesar de ser um aumento, afirma Sérgio Mena Barreto, presidente da entidade.

“Nós não gostamos desse número e estamos sem entendê-lo ainda. Mesmo com todas as notícias positivas da economia, o consumidor continua resistente”, diz ele.

Farmácia Bifarma, no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, zona Norte, SP.
Número de unidades dos artigos vendidos sob prescrição caiu 1,2% no primeiro trimestre de 2018 - Léo Pinheiro/Folhapress

O resultado dos ganhos até março de 2018 dá continuidade a uma desaceleração do setor. Em 2016, o avanço nos três primeiros meses foi de 15,5%, em 2017, de 10,4%. 

“O reajuste dos produtos em anos anteriores foi superior, e isso impactou o resultado”, diz Alexandre Maeoka, diretor-executivo da rede de drogarias Nissei.

Além do aumento menor, houve ainda queda de 1,2% no número de unidades dos artigos vendidos sob prescrição. “É estranho, porque eles são considerados essenciais”, afirma Barreto.

As informações da associação mostram também uma alta nas vendas dos chamados não medicamentos, acima até dos remédios.

“É sinal de retomada, pois esses artigos, que não são considerados obrigatórios, vendem mais quando o cenário [econômico] está melhor”, diz ​Maeoka.

No interior paulista, contudo, as vendas desses itens sempre puxaram o desempenho, afirma Luiz Caramanti, presidente da rede Farma Ponte. “A concorrência com as grandes redes é forte, então precisamos diversificar.”

 

Um acordo de US$ 50 mi põe fim a disputa com fundo dos EUA

A empresa de tecnologia Aceco e a família fundadora, os Nitzan, fecharam neste mês com o fundo americano KKR um acordo que pôs fim a uma disputa judicial.

Pelo acerto, a KKR recebeu cerca de US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 173 milhões), segundo fontes de mercado. Os americanos haviam comprado a Aceco, em 2014, por US$ 1,2 bilhão (R$ 4,16 bilhões, pela cotação atual). 

O desempenho da empresa foi aquém do esperado. O fundo processou os antigos donos, sob a alegação de que o balanço decisivo para efetuar a transação era fraudulento.

Ao mesmo tempo, títulos de dívida da Aceco que haviam deixado de ser honrados foram empenhados —eles davam, como garantia, ações da empresa. Jorge Nitzan, da família fundadora, os comprou e voltou a ser sócio.

Isso trouxe outro desentendimento na Justiça, esse por causa da dificuldade em chegar a um consenso sobre a diretoria da empresa.

Pelo acordo firmado neste mês, a família ficou com o restante das ações, e chegam ao fim as disputas na Justiça.

Procurados pela coluna, o fundo KKR e Jorge Nitzan não quiseram se pronunciar.

 

Trocam-se lojas por postos

O Grupo Zema, empresa mineira que atua no varejo em seis estados e tem uma distribuidora de combustível e uma rede de postos de gasolina, vai aportar R$ 45 milhões em seus negócios neste ano.

A maior parte do investimento será destinada ao negócio de combustíveis.

Cerca de R$ 10 milhões serão aplicados na abertura de ao menos 30 postos (hoje são 350).

Outros R$ 20 milhões serão investidos em logística e na construção de uma base de distribuição em Uberlândia (MG). Cerca de 70% da obra é financiada pelo BNDES.

No varejo, a rede deverá reduzir suas operações.

“Fechamos cerca de cem lojas entre 2016 e 2017. Vamos seguir com a revisão das unidades deficitárias e aportar R$ 15 milhões para reformular a estratégia no canal digital”, diz o CEO, Cezar Chaves.

A empresa chegou a ter 522 unidades; hoje conta com 439.

O grupo cresceu 10% em receita no ano passado devido ao bom resultado de sua unidade de petróleo.

R$ 4,4 bilhões
foi o faturamento em 2017

R$ 76,7 milhões
foi o lucro líquido no período

 

Verba para diversificar

A Fundação Renova vai lançar nesta sexta (27) um fundo de R$ 55 milhões para atrair empresas fora do ciclo da mineração para Mariana (MG).

A entidade foi criada pela Samarco e suas controladoras BHP Billiton e Vale para mitigar danos do desastre ambiental da barragem do Fundão.

“A ideia é diversificar a economia e atrair projetos para o município”, diz Marco Crocco, presidente do BDMG (banco de desenvolvimento mineiro), que vai gerir o processo.

O recurso da Renova será usado para reduzir a taxa de juros do financiamento obtidos pelas empresas selecionadas. 

 

Difícil Contadores do Brasil usam mais tecnologias como inteligência artificial e gestão em nuvem que os de outros países, aponta a Sage, que ouviu 3.000 profissionais. Ela credita o resultado às complexidades tributárias do país.

Alta... A American Tower tem investido em uma rede de antenas com uma tecnologia de longo alcance e baixo consumo de energia. A principal aplicação é em sistemas de internet das coisas, que conectam objetos à rede de computadores.

...conectividade O projeto piloto está em teste nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Cada equipamento custa, hoje, em torno de US$ 1.000 (R$ 3.475). Até o início de 2019, serão 2.000 aparelhos do tipo.

Contrata-se O agronegócio registrou, no primeiro trimestre, alta na demanda por profissionais para os cargos de gerente de manutenção agrícola (30%), de fazenda (15%) e de recursos humanos (15%), segundo a consultoria Michael Page.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Arthur Cagliari

 
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