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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Construtoras negociam diretamente com prefeituras para driblar alta do asfalto

Petrobras passou a reajustar os valores mensalmente em maio

Maria Cristina Frias
Buraco em avenida asfaltada; carros passam ao fundo
Política de preços do petróleo adotada pela Petrobrás afetou os custos dos contratos de construtoras - Rivaldo Gomes - 13.jun.2018/Folhapress

Construtoras têm negociado alternativas diretamente com administrações municipais e estaduais para contornar as altas no preço do asfalto, segundo entidades do setor.

A Petrobras, responsável pelo fornecimento, passou a reajustar os valores mensalmente em maio, de acordo com sua nova política de preços para o petróleo.

Os contratos das prestadoras de serviço com o poder público, porém, só podem ser alterados anualmente.

“De outubro para cá tivemos uma elevação de 52%. Temos buscado uma maneira de realinhar esses custos”, diz Carlos Eduardo Prado, gerente técnico do Sinicesp (sindicato da construção pesada).

“Algumas prefeituras fornecem o material para as construtoras ou pagam o que é apresentado em notas fiscais. Sabem que, se nada for feito, as obras param.”

Uma proposta que reduz o prazo para o reajuste dos contratos começou a ser discutida com a União, mas as negociações estão paradas, diz Emir Cadar Filho, presidente da Brasinfra (que reúne associações de infraestrutura).

“As prefeituras têm sido mais ágeis que o governo federal. Muitas dão o reajuste logo após o da Petrobras.”

“Não há uma regra única, varia de lugar para lugar”, afirma José Carlos Martins, da Cbic (câmara da construção).

O setor se preocupa com a possível judicialização dessa solução no futuro por não ser uniforme, diz ele.

A lei de licitações abre possibilidade para que os contratos sejam rediscutidos no caso de “fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis”.

 

O que estou lendo
Henrique Meirelles 
pré-candidato à Presidência (MDB)

retrato de Henrique Meirelles
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e pré-candidato do MDB à Presidência - Avener Prado - 14.mai.18/Folhapress

 O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles relê os livros “1808”, “1822” e “1889”, do jornalista Laurentino Gomes. O pré-candidato está quase acabando o primeiro da série, mas conta que vai ler todas as obras de novo.

“Essa trilogia é um excelente extrato da história do Brasil no século 19, com uma visão interessada na construção de um país independente e republicano”, disse antes de embarcar para Chapecó (SC), uma de suas visitas ao partido pelos estados.

Meirelles já teria passado por 15 diretórios (que representam mais de 80% dos 630 votos dos delegados) em sua tentativa de ganhar a convenção partidária do fim deste mês.

O também ex-presidente do Banco Central durante a gestão de Lula continua se encontrando com empresários e com evangélicos.

 

Recursos parados

A Finep (financiadora ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia) concedeu 20% do seu orçamento de novos empréstimos em 2018.

A meta da empresa é liberar R$ 3,5 bilhões em novas contratações e outros R$ 3,85 bilhões relativos a mútuos já firmados, afirma o presidente Marcos Cintra.

“Já emprestamos R$ 700 milhões neste ano, mas estamos muito aquém do objetivo. Devíamos estar próximos à marca dos R$ 2 bilhões”, diz. Foram destinados R$ 1,27 bilhões em 2017 para novos projetos.

 

O alto custo é um dos obstáculos aos desembolsos, segundo Cintra. A financiadora aplica a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, atualmente 6,6% ao ano) somada a um spread de cerca de 5%.

“Queremos passar a aceitar outras garantias além da fiança bancária, que é mais cara, como recebíveis e seguro garantia”, diz Cintra.

Outra medida adotada para atingir o patamar planejado é a regionalização das operações da Finep.

“Abrimos escritórios em Fortaleza e Florianópolis no último ano, e planejamos mais um em Belém. Nossa intenção é levar os recursos diretamente às demais regiões do país”, afirma o presidente.

 

Pequenas no vermelho

A inadimplência das micro e pequenas empresas registrou nível recorde em maio e teve alta de 9% na comparação com mesmo período de 2017, segundo o Serasa.

A paralisação dos caminhoneiros afetou o faturamento e contribuiu para o maior endividamento, diz Luiz Rabi, economista da entidade.

“Várias cadeias produtivas tiveram suas atividades interrompidas. Isso prejudicou a geração de caixa”, afirma.

A perspectiva para o resto do ano é que o índice continue a crescer, mas em ritmo menor, segundo Rabi.

“O segundo semestre normalmente é melhor para a economia, mas não podemos apostar todas as fichas no período. Ainda temos incerteza eleitoral e volatibilidade do câmbio pela frente”, diz.

 

Desconfiança... A confiança do empresário paulistano recuou 4,4% no mês de junho segundo a FecomercioSP. É terceira queda consecutiva do ano, mas, na comparação com o mesmo período de 2017, houve alta de 4,9%.

...motivada A fraca geração de empregos, a pressão nos preços causada pela paralisação dos caminhoneiros e a possibilidade de aumento de impostos foram os principais fatores que levaram ao resultado, segundo a federação.

Em casa A Líder, de móveis, dará continuidade à verticalização de sua produção  e investirá em uma fábrica de vidros. A companhia já produz insumos que utiliza em suas peças como tecidos, espumas e madeiras, entre outros.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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