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Descrição de chapéu LGBTQIA+

Deputado do MBL aciona a Justiça contra conselho do SUS por orientação para transição de gênero

Guto Zacarias pede que recomendação seja anulada; CNS diz que ainda não foi notificado

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O deputado estadual paulista Guto Zacarias (União) apresentou uma ação junto à 7ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal em que pede que seja anulada a resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que versa, entre outros temas, sobre a transição de gênero entre adolescentes.

Integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), o parlamentar acusa o colegiado permanente do SUS (Sistema Único de Saúde) de usar crianças como "cobaias ideológicas" e de atuar "sem qualquer respaldo científico". "A medida em comento apunhala não apenas o princípio da legalidade, mas a moral de todo brasileiro", diz Zacarias.

O deputado estadual Guto Zacarias no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, na capital paulista - Rubens Cavallari - 3.mar.2023/Folhapress

A resolução de número 715 foi publicada em julho deste ano pelo CNS. O documento apresenta, ao Ministério da Saúde, sugestões de ações prioritárias para os serviços públicos e orientações para o Plano Plurianual e para o Plano Nacional de Saúde.

Um dos pontos que mais causou espécie entre conservadores versa sobre o plano nacional para pessoas LGBTQIA+, em que se sugere a atualização de protocolos e, no caso de pessoas transgênero, a redução da idade de início de hormonização para 14 anos.

Todas as sugestões feitas pelo CNS foram elaboradas a partir de discussões realizadas na 17ª Conferência Nacional de Saúde, que reuniu centenas de profissionais da área. No Brasil, a injeção hormonal é permitida a partir dos 16 anos, e a cirurgia de afirmação sexual, a partir dos 18 anos. Os procedimentos seguem diretrizes do CFM (Conselho Federal de Medicina).

Para Guto Zacarias, porém, a medida representaria uma afronta à Constituição. Na ação enviada à vara da Justiça Federal da 1ª Região, o deputado cita nominalmente o presidente do CNS, Fernando Pigatto, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e faz críticas aos dois.

"É um verdadeiro absurdo que a autoridade máxima da área da saúde promova tal medida, puramente ideológica e sem qualquer respaldo científico, sem falar em sua natureza ilegal", afirma. "Na prática, o que pretendem os requeridos é a utilização de crianças como cobaias ideológicas, para subverter a realidade social e manipular os fatos em favor de sua demagogia política. Tal medida é ilegal, inconstitucional e moralmente asquerosa", acrescenta.

O parlamentar não esclarece que, embora o CNS integre a estrutura organizacional do Ministério da Saúde, as sugestões feitas pelo colegiado não têm força de portaria, decreto ou lei, e cabe à pasta decidir o que adota em seus planos de ação ou não.

Procurado, o Conselho Nacional de Saúde diz que não irá se pronunciar sobre a ação movida por Zacarias, uma vez que ainda não foi notificado. "Caso aconteça, poderá responder no âmbito pertinente", diz, em nota.


PIPOCA

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) prestigiou a estreia do documentário "O que Nos Espera", que mostra a atuação do padre Julio Lancellotti durante a pandemia, na semana passada, na Cinemateca, em São Paulo. Durante o evento, o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) mostra o celular com a foto de sua filha recém-nascida para os deputado federais Guilherme Boulos (PSOL-SP), Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). A chef de cozinha Paola Carosella também passou por lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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