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Erika Hilton pede a cassação de deputado do PL acusado de homotransfobia em CPI

Ataque teria ocorrido após deputada sugerir que bolsonarista tratasse 'sua carência' em outro espaço

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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) enviou ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), uma representação em que cobra a cassação de Abílio Brunini (PL-MT), acusado de fazer um ataque homotransfóbico contra a parlamentar nesta terça-feira (11), durante a CPI do 8 janeiro.

O episódio ocorreu após a deputada criticar o deputado bolsonarista. Brunini já havia sido repreendido pelo presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), por filmar e debochar dos presentes, que interrogavam o tenente-coronel do Exército Mauro Cid.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) em sessão da CPI do 8 de janeiro, em Brasília - Pedro França - 25.mai.2023/Agência Senado

Em resposta ao comportamento do colega, Hilton afirmou que o deputado do PL precisava "tratar sua carência em outro espaço", uma vez que o Congresso seria um lugar sério. A deputada seguiu com seu discurso, mas foi interrompida pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE).

"O seu Abílio foi homofóbico", denunciou o petista. "Fez uma fala homofóbica quando a companheira estava se manifestando, ele acusou e disse que ela estava 'oferecendo serviços'. Isso é homofobia, é um desrespeito. Peço a vossa excelência que o senhor peça para o deputado se retirar do plenário", disse.

O pedido de cassação protocolado é assinado pela bancada do PSOL na Câmara. No documento, o partido pede a Lira que encaminhe o caso ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para que medidas sejam adotadas contra a suposta quebra de decoro praticada por Brunini.

Segundo a bancada, o deputado teria desonrado o cargo para o qual foi eleito, "abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades", ao proferir a suposta ofensa.

"O representado [Abílio Brunini] lança mão de artifício extremamente vil a fim de manter sua base eleitoral em constante agitação: publica-se vídeo/corte em flagrante ataque a determinada minoria social, o que gera engajamento da base e ampliação do discurso que incita a violação de direitos humanos", afirma a representação.

O documento ainda diz que a deputada Erika Hilton foi alvo não só de homotransfobia —prática considerada criminosa—, mas também de violência política de gênero. "A declaração do deputado federal Abílio Brunini é extremamente grave e atenta contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição", pontua.

Assinam a representação o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e os deputados do partido Guilherme Boulos (SP), Fernanda Melchionna (RS), Tarcísio Motta (RJ), Chico Alencar (RJ), Célia Xakirabá (MG), Glauber Braga (RJ), Pastor Henrique Vieira (RJ), Ivan Valente (SP), Luciene Cavalcante (SP), Luiza Erundina (SP), Sâmia Bomfim (SP) e Talíria Petrone (RJ).

O deputado da Rede Túlio Gadelha (PE) também endossa o pedido de cassação.

Esta não é a primeira vez em que o PSOL representa contra Brunini junto ao Conselho de Ética. A legenda já pediu que o parlamentar fosse investigado por questionar a destruição causada nos prédios dos três Poderes durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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