Reuters e outras detalharam a viagem às pressas de Eduardo Bolsonaro para “photo-op” na Casa Branca, supostamente para falar de Amazônia. Já na quinta a estatal Voice of America entrevistava o embaixador interino, Nestor Forster, para quem as “queimadas não têm essa dimensão que estão dando”.
Mas nos EUA o ambiente não é mais o mesmo para a família Bolsonaro. O republicano Richard Haass, presidente do Council on Foreign Relations, organização do establishment de política externa que abriu as portas para pai e filho na campanha eleitoral, agora defendeu sanções ao país:
“A postura do Brasil é inaceitável. Por que permitir que governos que nos prejudicam, com políticas irresponsáveis que causam as mudanças climáticas, o façam sem punição? Com a soberania não vêm só direitos, mas obrigações.”
Washington Post e outros, com agências, noticiaram também a suspensão das compras de couro brasileiro pela VF e de títulos públicos do país pelo banco Nordea, além das pressões de ONGs e governos europeus contra importações.
‘BOLSONARO IS EVIL’
Além da BBC Brasil, Lula, chamado de "ícone da esquerda", falou a Will Grant, da BBC original. O ex-presidente criticou as ações na Amazônia e como Donald Trump e Jair Bolsonaro, em vez de dialogar, "ofendem as pessoas".
UM MUNDO DE FOGO
A New Scientist publicou que “Agora é oficialmente o pior agosto em desmatamento da Amazônia”, com dados preliminares do Inpe, sendo metade no Pará. E jornais pelo mundo começaram a usar o desastre no Brasil para lembrar que há outros, mais próximos.
O New York Times abriu foto em quatro colunas na primeira página, com floresta queimando no Alasca, nos EUA. No título, “Amazônia, Sibéria, Indonésia: Um mundo de fogo”.
DA ÍNDIA À COLÔMBIA
O Times of India, sob o título “Fogo na Amazônia deveria nos acordar para a ameaça perto de casa”, lembrou florestas destruídas no país, como Himachal.
E a Bloomberg destacou que, entre os “vizinhos” amazônicos, “Colômbia está perdendo floresta mais rápido do que o Brasil”.
CICLO DE ESTAGNAÇÃO
O PIB de 0,4% não teve maior repercussão no exterior, mas o Financial Times registrou a surpresa de analistas brasileiros como André Perfeito, da Necton Investimentos, que descreveu o resultado como “extremamente positivo”.
O próprio FT foi mais contido, avaliando que “dados não devem servir de consolo para Bolsonaro” —e sublinhando que Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central, avisou que “a economia mundial em deterioração torna mais difícil romper o ciclo de estagnação”.
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