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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Bruno Gagliasso investe em mercado verde e diz que, em sua empresa, só fala em bilhão

Ator prepara novo negócio voltado à comercialização de crédito sustentável

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São Paulo

Ativista, Bruno Gagliasso, 41, se tornou um bem-sucedido empreendedor. Quem o conhece afirma, em tom de brincadeira, que ele nem precisa mais trabalhar. Neste mês, lança seu mais novo investimento em uma plataforma que comercializa os chamados créditos de sustentabilidade —uma moeda verde que tem cotação global.

Apoiador de Lula durante a campanha, Gagliasso defende a política do presidente, que busca investimentos do exterior para a Amazônia. Para ele, os países querem cuidar da floresta não só porque o mundo precisa, mas também porque dá dinheiro.

Bruno Gagliasso é um homem branco de cabelos grisalhos. Ele veste uma camiseta branca e está numa sala com iluminação amarelada.
O ator Bruno Gagliasso durante abertura da exposição "Sinta na Pele", em 2019 - Greg Salibian - 4.fev.19/Folhapress

Você se define como um ativista ambiental? Sim. Foi indo para a Amazônia, e vendo aquela floresta pegar fogo com os meus próprios olhos, que descobri essa minha missão de vida. Eu sou embaixador da Unicef [órgão da ONU voltado à infância]. Hoje, não cabe cuidar de crianças e não cuidar da natureza. Meu entusiasmo e ativismo ambiental me levou ao empreendedorismo na biodiversidade.

Investir em meio ambiente dá dinheiro? A moeda verde não é mais o futuro. É o presente. Esse mercado é o que mais cresce. Na nossa empresa, a BMV [Brasil Mata Viva], a gente está falando de bilhão, não é milhão. Todos os países estão colocando dinheiro na Amazônia. E querem cuidar da floresta porque o mundo precisa e porque dá dinheiro. É um novo mercado.

Você é sócio de muitas empresas. Estou só nas que acredito e que, acho, farão diferença no mundo. Invisto hoje a Loft, a Credpago, a BMV.

O presidente Lula se comprometeu com a agenda verde. Isso incentiva novos negócios nessa área? Totalmente. É só você abrir os jornais e ver a quantidade de dinheiro que os países de fora estão colocando no Brasil. A gente tem a floresta. Tudo o que o mundo quer preservar está aqui. Então, vamos preservar e fazer dinheiro com isso.

Como funciona seu novo negócio? A BMV calcula o valor dos ativos —preservação do fluxo de água, por exemplo— da floresta em pé. E transforma isso em uma UCS (Unidade de Crédito de Sustentabilidade). Depois, ela tokeniza esses ativos e vende no mercado. Uma mata que está sendo cuidada é então convertida em UCSs. A pessoa que comprá-las, vira uma associada. Ela não vale dinheiro porque a minha empresa está falando, é porque internacionalmente vale dinheiro. E vai a mercado.


Raio-X

Profissão: ator, modelo, empreendedor
Atuação: Dono das pousadas Maria Flor e Maria Bonita, em Fernando de Noronha. No interior do Rio de Janeiro, lançou o Rancho da Montanha, onde usa painéis solares para gerar a energia ali consumida. É sócio da Credpago e da startup imobiliária Loft.

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