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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Sócios do trem-bala afastam governo em projeto

Ministro disse que, sem dinheiro público, trem de alta velocidade não decola; empreendedores, no entanto, discordam e tentam levantar R$ 30 bilhões

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Brasília

Sócios no projeto do trem-bala afirmam que o governo Lula cogita parceria no empreendimento que pretende conectar Rio e São Paulo.

As abordagens, segundo pessoas que participaram das conversas, começaram na transição, no fim do ano passado, e, no mês passado, por meio da Casa Civil.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, durante entrevista à Folha, em seu gabinete
O ministro dos Transportes, Renan Filho, durante entrevista à Folha, em seu gabinete - Pedro Ladeira - 23.mar.2023/Folhapress

Representantes do projeto disseram que não há o menor interesse em ter participação do governo.

A posição contraria declaração recente do ministro dos Transportes, Renan Filho. Em entrevista à Folha, ele disse torcer pelo projeto, mas afirmou que, sem dinheiro público, o projeto não pára em pé.

No entanto, os sócios disseram ao governo que o projeto deverá seguir adiante justamente pela ausência do poder público.

Afirmam que negociam com a Espanha a operação do trem-bala e buscam recursos com fundos de investimento estrangeiros, principalmente árabes dos EUA.

A ideia é levantar R$ 30 bilhões, valor que, com a desvalorização cambial, torna o projeto muito viável –menos de US$ 6 bilhões.

Outros fatores também são preponderantes. O trem-bala é um projeto privado, e não uma concessão pública. Isso significa que o preço do bilhete será livre e não regulado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A taxa de retorno sobre o investimento também ficará fora do radar da agência, diferentemente do projeto idealizado no governo Dilma Rousseff.

Também pesa o prazo da vigência da autorização já concedida pela ANTT ao projeto: 99 anos. Na concessão, esse prazo seria de 30 anos, período considerado insuficiente para amortizar os investimentos.

O governo, no entanto, ainda segundo relatos, quer ficar perto do projeto.

Com Diego Felix

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