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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu indústria

A dama do alumínio quer jogar pesado contra os subsídios da China

Janaina Donas defende revisão tarifária para garantir isonomia entre nacionais e importados

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Brasília

Janaina Donas é a primeira mulher a presidir a Abal (Associação Brasileira do Alumínio). Além de comandar um setor dominado por homens há cinco décadas, a executiva tem outro desafio: ampliar a participação da exploração do minério sem prejudicar a reciclagem e buscar saída para a competição com a China.

Mulher está de frente, com semblante ameno e olha para a câmera
Janaina Donas, presidente da Abal (Associação Brasileira do Alumínio) - Divulgação

Algumas das maiores mineradoras no Brasil têm mulheres na chefia. O que mudou?
Houve um avanço na consolidação de valores ligados à diversidade e equidade, mas o fator determinante é o reconhecimento dos benefícios em termos de performance financeira e operacional. As mulheres não estariam ocupando esses espaços se não fossem capazes. Apesar disso, o nível de representação feminina nos demais níveis da indústria ainda é baixo.

Mais da metade do alumínio produzido no Brasil é reciclado. Como crescer na extração assim?
Projeções apontam para um aumento da demanda global de alumínio na ordem de 40% até 2030 que deverá ser atendida por fonte primária e reciclada. Cerca de 60% do consumo [do alumínio] no Brasil é reciclado. A média mundial gira em torno de 28%.

A disparidade de renda no Brasil, que tem catadores de latinhas como profissão, influencia nisso?
Países desenvolvidos disputam com o Brasil a liderança na reciclagem de latas. No Japão, o índice de reciclagem é de 93,5%. Na Europa, ele é de 75,8%. Mas, no Brasil, o alumínio apresenta maior atratividade, inclusive para os catadores, devido ao seu valor econômico e facilidade na coleta.

Por que, mesmo com as maiores reservas, não superamos a China?
Essa liderança é resultado da concessão de subsídios cruzados. Essas medidas de fomento fizeram com que a participação do país no alumínio saltasse de 11% para 56% em 20 anos. Os subsídios geraram danos, contribuindo com o processo de desindustrialização [no Brasil].

Defende barreiras?
Além do fortalecimento das medidas de defesa comercial, precisamos revisar nossa política tarifária para garantir isonomia entre nacionais e importados.

A nova legislação minerária é boa para o alumínio?
A mudança na base de cálculo da Compensação Financeira sobre Exploração Mineral, de receita líquida para receita bruta, onerou todas mineradoras. Houve tratamento diferenciado para diversas classes minerais, mas a bauxita [minério do alumínio] foi excluída.


Raio-X | Janaina Donas

Formada em Relações Internacionais (UniCEUB) com MBA em Gestão de Negócios (Ibmec), trabalhou no Peru e em Miami (EUA) como executiva da Newmont Corporation, líder global em metalurgia e mineração de ouro. Também foi diretora da Alcoa por sete anos antes de se tornar presidente da Abal

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