Rogério Gentile

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.

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Descrição de chapéu Folhajus

Justiça penhora receitas de escola de samba por dívida de R$ 830 mil com folião

Não cabe mais recurso em relação ao mérito da discussão

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A Justiça paulista determinou a penhora dos valores que a escola de samba Camisa Verde e Branco, uma das mais tradicionais de São Paulo, venha a receber no Carnaval de 2023, incluindo a bilheteria do desfile.

A decisão foi tomada pelo juiz Helmer Augusto Toqueton Amaral em um processo movido por um simpatizante da agremiação que disse ter emprestado, em 2018, cerca de R$ 535 mil para que a Camisa Verde e Branco pudesse se preparar para o desfile. A dívida, incluindo juros e correção monetária, seria hoje de mais de R$ 830 mil.

O empréstimo foi feito por Wilson Roberto Zago, através de sua empresa, a Wil Service Remoção de Veículos.

O advogado Clecius de Sousa, que representa o empresário, disse à Justiça que, por enfrentar uma enorme crise financeira, a escola tem a prática de "pegar dinheiro emprestado de seus componentes e frequentadores para poder fazer o Carnaval e desfilar na avenida".

"Pelo amor ao Carnaval, Wilson efetuou diversos empréstimos para a escola", afirmou no processo.

Fundada em setembro de 1953, na Barra Funda, a Camisa Verde e Branco venceu nove vezes o Carnaval paulistano, mas, desde 2013, integra o Grupo de Acesso.

Desfile da Camisa Verde e Branco no Carnaval de 2020 - Rivaldo Gomes - 24.fev.20/Folhapress


A escola disse à Justiça que nunca recebeu os valores. "Não constam dos livros internos, e, pior, não ingressaram nos caixas!", afirmou.

A Camisa Verde e Branco declarou no processo que os termos de confissão de dívida, apresentados pelo empresário, foram assinados pela diretoria anterior da escola, "em um ato de revanchismo, ao que tudo indica, pela perda dos postos" na agremiação. A escola usa o termo "conluio".

O empresário respondeu que as alegações de que houve uma simulação de empréstimo não têm fundamento e apresentou à Justiça uma série de recibos que comprovariam os repasses.

A Justiça deu razão ao empresário. Não cabe mais recurso em relação ao mérito da discussão.

Ao determinar a penhora, o juiz ordenou que a São Paulo Turismo S/A, empresa da prefeitura responsável pelo Carnaval, e a Liga das Escolas de Samba depositem em uma conta judicial os valores destinados à Camisa Verde e Branco.

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