Rogério Gentile

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.

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Elize Matsunaga pede para não voltar à prisão

Condenada por matar o marido, ela diz estar tentando trabalhar honestamente

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Condenada pelo assassinato e o esquartejamento do marido em 2012, Elize Matsunaga disse à Justiça estar "tentando trabalhar honestamente a fim de retomar a sua vida de forma digna".

Em maio do ano passado, após cumprir dez anos de prisão, Elize obteve liberdade condicional, mas o Ministério Público solicitou no início do mês o seu retorno à cadeia após ela ter sido indiciada pela polícia sob acusação de uso de documento falso. A polícia suspeita que Elize se utilizou de um atestado de antecedentes criminais de outra pessoa para obter um emprego.

A Justiça rejeitou o pedido de retorno à prisão, mas o Ministério Público recorreu argumentando que um exame pericial concluiu que ela realmente utilizou um documento falsificado.

"A prática de outro crime durante o período de livramento condicional deixa transparecer, no mínimo, menosprezo aos órgãos jurisdicionais e às regras de convívio social", afirmou o promotor Odilon Comodaro na petição.

Elize se defendeu em um documento enviado na última quarta-feira à Justiça pelos advogados Luciano Santoro e Julia Sanchez.

Ela afirmou não ter cometido qualquer falta grave, disse que as investigações sobre o uso de documento falso ainda estão no início e que não foram apresentadas provas de que cometeu esse crime.

Declarou ainda que a Justiça deve levar em consideração o fato de ser uma pessoa que "está tentando trabalhar honestamente com todas as dificuldades que se impõem a uma liberada pela justiça criminal".

Disse querer "sobreviver dignamente".

A defesa de Elize destacou no documento que ela trabalhou durante todos esses meses de liberdade condicional, "se esforçando ao máximo para apresentar bons resultados aos empregadores". Citou que atuou na construção civil e em uma empresa de confecções, "cumprindo todos os horários pontualmente".

"Ela está apta a conviver em sociedade e disposta a trabalhar para conquistar seus objetivos", afirmaram os advogados. "Há de se destacar que inexiste nos autos do processo qualquer comprovação ou indício de que Elize se dedique a atividades ilícitas ou voltada a organizações criminosas. Muito pelo contrário, há evidências concretas do seu desenvolvimento e compromisso profissional."

O recurso ainda não foi julgado.

Elize matou o empresário Marcos Matsunaga no dia 19 de maio, no apartamento do casal, na zona oeste de São Paulo. Ele foi baleado na cabeça e teve o corpo esquartejado em sete partes que foram espalhadas na região de Cotia, região metropolitana de São Paulo.

Imagens das câmeras de segurança do prédio onde viviam mostraram Elize entrando no elevador, horas após o crime, carregando três malas.

Ela alegou à época que atirou para se defender do empresário, que a agredira com um tapa no rosto após saber que ela havia contratado um detetive para segui-lo. Marcos teria também ameaçado interná-la em uma instituição psiquiátrica para mantê-la longe da filha.

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