Rogério Gentile

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.

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Descrição de chapéu Folhajus

Grupo Hilton é condenado por expor hóspede brasileira a vexame na China

Mulher que estava em Xangai para participar de um congresso teve sua mala retirada do quarto e seus objetos despejados no hall do hotel

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A Justiça paulista condenou o grupo Hilton a pagar uma indenização de R$ 10 mil a uma hóspede que passou por constrangimentos em um hotel da rede em Xangai, na China.

Em outubro de 2019, I.C.C. viajou para a China a fim de participar de um congresso da sua área de atuação profissional e se hospedou no Hilton. Ao chegar, desfez suas malas e se dirigiu ao restaurante.

Durante o jantar, ela observou no grupo de WhatsApp dos participantes do evento que todos os seus pertences estavam na recepção do hotel. Alguém havia entrado no seu quarto sem autorização, retirado seus objetos e despejado tudo no hall, expondo inclusive suas roupas íntimas.

Fachada do Hotel Hilton Xangai Hongqiao
Reprodução


Ao questionar a recepcionista, ouviu que tinha se hospedado no quarto errado. O check-in havia sido feito no apartamento 212 quando o correto era o 221.

"O hotel permitiu a invasão do espaço íntimo da autora [do processo] e a submeteu ao constrangimento de ver seus pertences íntimos expostos aos clientes do hotel, assim como por meio de imagens compartilhadas pelo aplicativo", afirmaram os advogados da hóspede à Justiça.

Na defesa apresentada à Justiça, a Hilton Brasil disse ter ficado surpresa com o seu envolvimento no processo, uma vez que os fatos citados ocorreram no hotel de Xangai. "A Hilton Brasil não recebeu qualquer quantia da autora do processo e também não lhe prestou serviço algum", declarou.

A empresa disse também que, ao consultar o hotel na China, verificou que toda a confusão é de responsabilidade da operadora de turismo que organizou a viagem, tendo sido ela a responsável pela distribuição errada das chaves dos quartos, assim como pelo pedido para que a bagagem da hóspede fosse removida do apartamento.

Disse ainda não haver prova alguma de que as roupas íntimas da hóspede tenham sido expostas no saguão do hotel. "A bagagem estava fechada", declarou. "A verdade é que não houve qualquer abalo emocional relevante que lhe oferecesse o sentimento de humilhação ou constrangimento. A sensibilidade da autora do processo chega a ser inexplicável."

O juiz Alexandre Bucci não aceitou a argumentação e disse na sentença que a falha foi do hotel, e não da operadora. "Registre-se que as bagagens foram retiradas de maneira equivocada e sem maior cuidado de preservar a intimidade da hóspede", afirmou. "Não se poderia ter como razoável tal postura em um hotel renomado."

Uma das maiores empresas de hotelaria do planeta, o grupo Hilton ainda pode recorrer da decisão.

A rede hoteleira está em 123 países e tem mais de 100 mil quartos. Surgiu em 1919 quando o empresário Conrad Hilton comprou um hotel no Texas. É proprietária das marcas Waldorf Astoria, Conrad, entre outras.

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