Ronaldo Lemos

Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

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Precisamos falar sobre o LinkedIn

Tranquilidade da plataforma profissional vem atraindo jovens

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Procurei para ver se já tinha escrito alguma coisa sobre o LinkedIn. Para minha própria surpresa, a conclusão foi: nada. Em anos de análises sobre tecnologia, nenhuma palavra sobre "a maior rede profissional do mundo", que completa 20 anos em 2023. Uma explicação é que enquanto outras plataformas estão cheias de distopias constantes, o LinkedIn é uma espécie de primo que anda sempre na linha e engomadinho. Ele é o gigante ignorado, cujo chavão "gostaria de adicioná-lo à minha rede profissional" já dá o tom.

Em geral, não há reclamações de que ele seja uma ameaça à democracia, ou que tenha sido usado para interferir nas eleições, aumentado a polarização política, ou outros assuntos que com frequência aparecem quando se fala em redes sociais.

Logo do LinkedIn China em smartphone, em Pequim - Greg Baker - 9.mai.2023/AFP

É nesse contexto que algo incrível está acontecendo: o LinkedIn tem ganhado importância, crescido e atraído, pasmem, cada vez mais jovens. Enquanto plataformas como o Tiktok apostam em conteúdos mirabolantes, é a aparente calmaria do LinkedIn que tem funcionado como atrativo.

Em matéria recente na The New York Magazine, a jornalista Anya Kamenetz relata que o LinkedIn reportou crescimento de 41% no conteúdo postado entre setembro de 2021 e setembro de 2023. A empresa também confirma que a Geração Z é "um dos grupos que estão crescendo mais rapidamente" na plataforma. A jornalista entrevistou alguns desses jovens usuários. Um deles, no site desde os 14 anos, afirmou que "é um lugar de conexão e celebração, com ambiente positivo e encorajador". Agora aos 16, acaba de encontrar um estágio de férias remunerado através da plataforma.

A relativa sensatez do LinkedIn pode ter uma explicação: sua conexão direta com a dura realidade. Como o LinkedIn é uma rede profissional, ele mexe com algo profundo: a possibilidade de assegurar sustento para sobreviver. Enquanto nas outras redes sociais alguém pode se sentir à vontade para falar atrocidades, fazer isso no Linkedin pode ter consequências permanentes. Pode fechar as portas da esperança para melhorar de vida. Como a maior parte das pessoas precisa trabalhar para sobreviver, esse é um fator estabilizador.

Nesse sentido, o Linkedin é a rede social mais ancorada no que chamamos de "realidade". Por isso não surpreende tanto assim que esteja atraindo jovens, sedentos por algo estável, tangível ou são num mundo cada vez mais pulverizado e desconectado de uma realidade objetiva.

Para quem frequenta, realmente há um clima mais respeitoso no ar. Os debates existem, mas são mais contidos. As agressões gratuitas mais raras. O número de contas anônimas ou falsas também é menor. Um dos problemas da plataforma é o spam, mensagens não solicitadas que acontecem com frequência. Mas mesmo isso é um luxo comparado com outras questões. E há até quem use o LinkedIn para paquerar, valendo-se do brio do seu currículo profissional como âncora, outra razão para não agir como um lunático dentro da plataforma.

Apesar de nunca ter escrito até agora sobre o Linkedin, toda semana posto meu artigo da Folha lá e, no geral, recebo comentários construtivos. Com licença que vou ali adicionar alguém à minha rede profissional.

Já era LinkedIn apenas como rede social engomadinha

Já é Linkedin crescendo no conteúdo e atraindo jovens

Já vem Em um mundo volátil, jovens sendo atraídos por estabilidade e sanidade

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