Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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'Manchester City, pode esperar, a sua hora vai...'

Torcida do campeão da Libertadores-23 poderá entoar o canto no fim do ano

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Pep Guardiola ganhou de novo. Desta vez, a final da Copa da Inglaterra, contra o rival local, United. Mas o mais marcante mesmo foi o primeiro gol. Nada de tiki-taka com 200 toques na bola até a defesa ficar zonza. Gündogan recuou do meio campo para o goleiro, que deu um chutão até Haaland. Este raspou de cabeça e a bola sobrou para o mesmo Gündogan abrir o placar de fora da área. Doze segundos para um gol que Abel, Felipão ou Mourinho assinariam com prazer.

No fim, foi 2 a 1 —com Gündogan fazendo outro gol após cobrança ensaiada de escanteio.

Ilkay Gündogan comemora seu primeiro gol na partida Manchester City 2 x 1 Manchester United, aos 12 segundos do primeiro trempo - Glyn Kirk - 3.jun.23/AFP

Agora, o seu Manchester City está a um jogo da temporada perfeita. No próximo sábado (10), ele faz a final da Champions League contra a Inter de Milão, em Istambul. E, pelo que os dois times vêm desempenhando ao longo dos últimos meses, só um novo milagre tira de Pep Guardiola a almejada tríplice coroa (copa e título nacionais + título europeu).

Esta será a segunda final no Estádio Olímpico Ataturk, atualmente casa do glorioso Karagumruk, oitavo colocado do Turcão. Construída em 2002, a arena foi palco da final da Champions de 2005, entre Liverpool e Milan, que ficou conhecida como o Milagre de Istambul.

Na ocasião, o Milan, treinado pelo querido Carlo Ancelotti, abriu 3 a 0 no primeiro tempo, com um gol de Maldini e dois de Crespo. Na etapa final, liderados pela garra de Gerrard, o Liverpool empatou com três gols em sete minutos. Nos pênaltis, o goleiro-bailarino Dudek (que nunca mais fez nada), foi o herói do título do Liverpool com duas defesas —o pegador de pênaltis Dida só pegou um.

Jerzy Dudek, do Liverpool, defende cobrança do atacante do Milan Schevchenko na Champions League de 2004/2005, em Istambul - Kai Pfaffenbach - 25.mai.05/Reuters

Era uma época diferente da atual e o Milan tinha mais força no elenco e na conta bancária, o que mudou radicalmente nas duas últimas décadas. Daí a volta por cima do Liverpool ter sido considerada um milagre.

Istambul receberia a final de 2020, mas a pandemia provocou a mudança da sede. Na ocasião, os oito clubes finalistas entraram em uma espécie de bolha, em Lisboa, até a decisão entre o Bayern (campeão) e o PSG.

Neymar na partida Bayern 1 x 0 Paris Saint-Germain, no Estádio da Luz, em Lisboa - Luis Gene - 23.ago.20/Pool via Reuters

Curiosamente, a finalíssima volta a ter um time inglês (quase árabe) contra uma equipe de Milão. Mas será necessário todo o Vaticano de prontidão para a Internazionale conseguir algo parecido com o milagre de 2005.

Para muitos, milagre (e sorte) foi o fato de a Inter ter chegado à final. No caminho, o sorteio foi gentil e os italianos enfrentaram Porto, Benfica e o rival local, Milan. Digamos que não foi nenhum grande obstáculo. Já o City teve pela frente Red Bull Leipzig e depois as pedreiras Bayern de Munique e Real Madrid. Amassou todos.

Julian Alvarez faz o quarto gol de sua equipe na partida Manchester City 4 x 0 Real Madrid, jogo de volta da semifinal da Champions League, em Manchester - Molly Darlington - 17.mai.23/Reuters

Um título do City também significa que o campeão da Libertadores deste ano terá a oportunidade de fazer um raro amistoso contra a equipe de Pep Guardiola no torneio pré-temporada conhecido como Mundial de Clubes. Chance para alguma torcida entoar o cântico natalino "Manchester City, pode esperar, a sua hora vai chegar…".

Se City x Inter não promete muita emoção, há um grande jogo ainda para acontecer na Europa: West Ham x Fiorentina, na final da Conference League, em Praga, que deve contar com uma presença razoável de festivos hooligans.

Espécie de Série C do continente, a Conference League está se tornando uma ótima oportunidade para equipes de tradição levantarem qualquer tipo de troféu. Ano passado, Roma e Feyenoord já fizeram uma grande final.

Talvez o campeão da Conference devesse ser convidado para participar do Mundial de Clubes. Um Fiorentina x Palmeiras ou West Ham x Flamengo parecem jogos muito mais factíveis.

Lorenzo Pellegrini, capitão da AS Roma, comemora com companheiros a conquista da Conferência Europa após vitória sobre o Feyenoord, da Holanda, em Tirana (Albânia) - Ozan Kose - 25.mai.22/AFP


Bia Haddad gugando
Bia Haddad fez o jogo mais longo do ano no tênis feminino para passar às quartas de final de Roland Garros. Após quase quatro horas e uma virada daquelas que Gustavo Kuerten já proporcionou no saibro, poderia ter até desenhado o coração na terra batida. Quem sabe não desenha depois da partida desta quarta (7), contra a tunisiana Ons Jabeur, que já foi número 2 do ranking?

A espanhola Sara Sorribes Tormo tenta alcançar bola na partida em que foi derrotada por Bia Haddad, em Roland Garros - Lisi Niesner/Reuters

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