Estive no estádio em duas conquistas do Brasil na Copa do Mundo. Uma, como atleta, em 1970, e outra, como colunista, em 2002, no Japão. Presenciei também, in loco, várias derrotas, como na Copa de 1966, quando ainda jogava, e a partir de 1994, em muitos mundiais, como comentarista e colunista.
Na Copa de 2002, logo que terminou a partida, corri para o centro de imprensa, ao lado do estádio, para escrever minha coluna, pois tinha pouco tempo para enviá-la. Estava emocionado com a conquista. Escrevi: "Hoje queria ser apenas um torcedor, ter ido ao estádio caminhando, assistir à final no meio da galera, gritando e aplaudindo os jogadores. Mas, como era um colunista, com a obrigação de opinar e de relatar os fatos, eu me contive".
Por meio do pensamento e da imaginação, viajo no tempo. Os três grandes atacantes do PSG (Neymar, Messi e Mbappé) são os grandes protagonistas de Brasil, Argentina e França, candidatos ao título. A França, que, para muitos, é a maior favorita, tem um ponto negativo, o fato de ser a atual campeã do mundo. Apenas a Itália, em 1934 e 1938, e o Brasil, em 1958 e 1962, ganharam duas Copas seguidas. Alguns campeões foram eliminados na primeira fase, como o Brasil, em 1966, e a Alemanha, em 2018.
A dificuldade de repetir a conquista do Mundial não é apenas coincidência, circunstancial. Os jogadores que ganham um Mundial costumam ter uma acomodação inconsciente, a sensação de que já fizeram o máximo e de que já são heróis. Além disso, quatro anos depois, muitos não têm mais a mesma qualidade técnica e física, embora sejam escalados pelas conquistas do passado.
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