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xico sá
Brasil, líder asiático
Amigo torcedor, amigo secador, o Tombense, da brava cidade mineira de Tombos, seria um adversário mais duro para a seleção do que foram China e Iraque, nessa tentativa da CBF de conquistar, quem sabe, um título simbólico de campeão das eliminatórias da Ásia.
Lembre-se que o quase centenário Tombense, o único time brasileiro no qual não tem jogador cai- -cai, subiu no campeonato das Minas Gerais. Seria mais jogo do que o espetáculo de ontem. Para continuar no mesmo Estado, o Olympic, de Barbacena, também faria bonito. Não faltariam adversários, sem problemas no calendário da CBF no momento. É só questão de uma conversa. O Inter de Santa Maria (RS), por exemplo, não se oporia a ceder a Baixada Melancólica, a arena com o nome mais bonito no país, para uma peleja. Para que ir tão longe?
Não se justifica nem mesmo o absurdo da falta de datas Fifa. Duvido que o Sampaio Correia não fosse um teste mais vigoroso. Perdão, a Bolívia, como a equipe é conhecida, está na decisão da Série D. Tem o melhor desempenho, bem superior ao do Fluminense, neste ano.
Por que não jogar com o Guarani de Juazeiro, o Leão do Mercado, campeão da Fares Lopes e já na Copa do Brasil de 2013? O Luverdense, sensação da Terceirona, arrumaria também uma data. Desculpa, amigo, a forma picaresca que encontro para tratar do assunto. Mas, na boa --e o Zico que também me perdoe--, jogar com o Iraque, a essa altura, é brincadeira. Melhor prestigiar nossos bravos times que resistem, apesar da CBF. Se a gente da Série A reclama de organização, pense nos clubes que ficam metade do ano só com o calendário da oficina mecânica na parede!
Por que não encarar o Tupi de Juiz de Fora, time que curto há décadas? Com o XV de Piracicaba a parada seria dura, duríssima, mas valeria a pena. Ótimo teste. Desculpa, amigo, mas não consigo sair do terreno da galhofa. Melhor do que gastar as tintas da melancolia, não é mesmo, velho Brás Cubas? Este é o cara, o primeiro botafoguense que se tem notícia na nossa literatura. Um jogo no Sítio das Cobras ou em Aratama, campos onde joguei muito nos sonhos da infância, também seria lindo. O primeiro fica em Santana, o segundo no Assaré, ambos no Cariri cearense. Que tal, senhora CBF?
No Bodão, em Araripina (PE), também seria classe. Por que não na terra do rei Roberto e de Rubem Braga, Cachoeiro de Itapemirim, contra o Estrela do Norte?
Como não enfrentaremos o time do Xavi e do Iniesta nem tão cedo, que tal o Galícia, clube da comunidade espanhola da Bahia? São só sugestões, espero que entendam.
A caravana hollyday da bola segue. Próxima parada: Coruripe, Alagoas, terra de uma brava equipe homônima. Foi lá que os bravos e vingadores índios caetés devoraram o bispo Sardinha. Futebol é história.
Xico Sá, jornalista e escritor, com humor e prosa, faz a coluna para quem 'torce'. É autor de 'Modos de Macho & Modinhas de Fêmea' e 'Chabadabadá - Aventuras e Desventuras do Macho Perdido e da Fêmea que se Acha', entre outros livros. Na Folha, foi repórter especial. Também mantém um blog no site da Folha.
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