Descrição de chapéu Obituário Admir Antonio Setimio (1947 - 2017)

Mortes: De jeito sereno, encantou com sua flauta

Crédito: Reprodução/Facebook Admir Antonio Setimio (1947-2017)
Admir Antonio Setimio (1947-2017)

PAULO GOMES
DE SÃO PAULO

O sopro encontrou Admir Antonio já na aposentadoria, apesar de o flerte ser antigo. Apreciador do choro, em especial do som da flauta, ele decidiu estudar o instrumento após aprender algumas notas na flauta doce com o primeiro neto, ainda pequeno.

Admir pegou gosto e engatou os estudos. A partir daí, sua flauta preenchia os cômodos da casa em Cordeirópolis (SP) como o canto de um passarinho e alegrava os encontros da família Setimio.

Nascido em Rincão (SP), o caçula de cinco irmãos era um homem simples, mas de gosto apurado. Além da estima pelo chorinho, tinha afeição pela língua que estudou na juventude, o francês. Conhecer
Paris era um sonho -não se sabe se isso que o motivou a estudar a língua ou se ela que instigou o desejo da viagem.

Foi trabalhar em São Paulo por alguns anos e apaixonou-se por Elvira, moça do litoral sul do Estado. Menos de um ano após ela terminar os estudos e voltar para a região de Ilha Comprida e Cananeia, Admir largou o emprego para viver com o seu amor.

Em Cordeirópolis, onde passaram os últimos 30 anos, era conhecido pelos amigos como "Paraíso", talvez pela placidez característica.

Em uma das últimas apresentações anuais da escola de música, errou uma nota da flauta, mas passou por cima. Por mais que ninguém demonstrasse ter notado, Admir vivia lembrando o episódio.

Deu o último sopro em 30 de novembro, aos 70, pouco mais de um mês após descobrir um câncer no pâncreas. Deixa a mulher Elvira, companheira por mais de quatro décadas, os filhos Silvia e Fabio, e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


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