Descrição de chapéu violência polícia civil

Integrante do PCC morto em SP agiu em assassinato no CE, diz investigação

'Afilhado' de Marcola, Cabelo Duro era principal líder da facção no litoral paulista

Luís Adorno
São Paulo | UOL
Líder do PCC é assassinado em frente a hotel na zona leste de SP
Líder do PCC é assassinado em frente a hotel na zona leste de SP - Reprodução/SBT

O integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) Wagner Ferreira da Silva, 32, conhecido como Cabelo Duro, morto a tiros de fuzil na noite de quinta-feira (22), em frente a um hotel na zona leste de São Paulo, participou do assassinato de dois líderes da facção na semana passada, segundo a Polícia Civil do Ceará e o Ministério Público paulista.

As investigações apuram se a morte foi uma retaliação ou uma queima de arquivo. Cabelo Duro era apontado como o principal líder da facção criminosa no litoral paulista. Ele seria "afilhado" dentro da facção de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, 41, morto na semana passada ao lado de Fabiano Alves de Souza, o Paca, 38, no Ceará.

Um helicóptero foi utilizado na ação que levou a morte dos dois. Eles eram considerados os números 1 e 2 da facção em liberdade e estariam sendo acusados de "roubar" o próprio PCC, desviando dinheiro. Antes de serem mortos, Gegê do Mangue e Paca foram levados a uma área de mata fechada de helicóptero.

"Cabelo Duro estava dentro do helicóptero. Isso já foi identificado, assim como as outras pessoas que estavam na aeronave. O que é investigado agora é se a morte de Cabelo Duro foi uma queima de arquivo determinada pela cúpula do PCC ou se foi uma retaliação de criminosos ligados a Gegê", afirmou um promotor de Justiça, que pediu para não ser identificado.

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue - Divulgação/SAP

A principal hipótese para o crime é de queima de arquivo. Isso porque a polícia do Ceará já havia expedido pedido de prisão temporária, de 30 dias, contra Cabelo Duro.

De acordo com o mandado de prisão, além de Cabelo Duro, outras cinco pessoas devem ser presas para "elucidar as circunstâncias em que ocorreu o duplo homicídio em que são vítimas" Gegê do Mangue e Paca.

O processo que investiga as mortes no Ceará corre em segredo de Justiça. No entanto, policiais civis do Estado informaram à reportagem que, no mesmo dia que a investigação teve início, já havia identificado o helicóptero usado na ação e seus integrantes.

Além de Cabelo Duro, há mandados de prisão em aberto contra Francisco Cidrão Filho, José Cidrão, Samara Cavalcante, Magna de Freitas e Felipe Morais --este último apontado como o piloto.

Os mandados de prisão foram pedidos pela Polícia Civil e expedidos pela 1ª Vara da Comarca de Aquiraz nesta quinta-feira (22). 

Testemunhas

Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, a aeronave em que Cabelo Duro estaria era de cor preta fosca, com uma faixa vermelha na parte de baixo. A polícia identificou que o helicóptero era utilizado para voos panorâmicos em Fortaleza. Testemunhas locais disseram, ainda, que o helicóptero deu dois voos rasantes seguidos de vários disparos de armas de fogo

Cabelo Duro foi citado no bilhete apreendido na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 600 km da capital paulista, onde estão presos o líder máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e toda a cúpula do bando. O bilhete sugere que o traficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, braço direito de Marcola, foi o mandante do crime. Para os investigadores, trata-se de um forte indício de que Marcola teria aprovado os assassinatos.

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