Para evitar crise, Temer considera criar nova pasta por projeto de lei

Governo já havia preparado medida provisória, que teria efeito imediato

Gustavo Uribe
Brasília
Presidente Michel Temer em reunião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional
Presidente Michel Temer em reunião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional - Fotos: Marcos Corrêa/PR

Para evitar uma nova crise com o Congresso Nacional, o presidente Michel Temer considera criar o Ministério da Segurança Pública por meio de um projeto de lei em regime de urgência.

O Palácio do Planalto já havia preparado o texto de uma medida provisória, que seria publicado nesta semana e cujos efeitos seriam imediatos.

As iniciativas, no entanto, precisam ser posteriormente aprovadas pelo Congresso Nacional para que continuem em vigor.

Desde o ano passado, tanto o presidente da Câmara dos Deputados como o do Senado Federal tem ameaçado não pautar medidas provisórias, por considerá-las "instrumentos autoritários".

Com receio de que ela caduque e a nova pasta seja extinta, o emedebista pediu a auxiliares presidenciais que considerem a edição de um projeto de lei.

O assunto foi tratado nesta segunda-feira (19) entre Temer e Eunício, em reunião no Palácio do Alvorada. Na saída do encontro, ele defendeu a edição de um projeto de lei.

"Ele tem de encaminhar ao Congresso Nacional e o Congresso Nacional tem de aprovar ou não. A indicação de um nome [para comandar a pasta] só pode vir depois da aprovação", disse.

Eunício disse ainda que, caso seja enviado o projeto de lei, se compromete a votá-lo rapidamente. O mais cotado para comandar a pasta é o ex-secretário estadual do Rio de Janeiro José Beltrame.

No ano passado, Temer enfrentou mais de uma vez problemas com a edição de medidas provisórias. Ele teve de desistir da iniciativa e optar por um projeto de lei para a privatização da Eletrobrás.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não pautaria uma medida provisória sobre o tema.

O emedebista também enfrentou uma queda de braço com Maia sobre iniciativa para alterações na reforma trabalhista. O deputado pressionou por um projeto de lei, mas Temer acabou optando por uma medida provisória, o que desagradou o parlamentar.

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