Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Funcionários de empresas na Paulista organizam caronas e home office

Trabalhadores tentam se adaptar à paralisação de caminhoneiros

Mariana Zylberkan
São Paulo

​​Diante do prolongamento da crise no abastecimento em São Paulo, funcionários de empresa localizadas na região da avenida Paulista têm recorrido a grupos de WhatsApp para organizar caronas e negociado jornadas em home office.

“Quem ainda tem gasolina no carro tem tentado ajudar os colegas”, diz o analista de sistemas Marcos Vinicius de Sousa, 23, que trabalha em um escritório na esquina da Paulista com a alameda Joaquim Eugênio de Lima. A empresa criou um grupo de WhatsApp com 47 funcionários para organizarem caronas.

Ele conta que foi trabalhar de transporte público, como faz todos os dias, mas acompanhou colegas combinando caronas no grupo.

Há outras empresas que flexibilizaram a possibilidade de trabalhar de casa nesta segunda-feira (28).

O desenvolvedor de software Gustavo Oliveira, 25, até poderia ter trabalhado de casa, mas como tinha uma reunião importante teve que se deslocar de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, onde mora, para o escritório na Paulista.

“Tive que usar o pouco que tinha de gasolina para ir até o ponto de ônibus”, diz ele, que conta ter esperado mais de meia hora pelo coletivo, lotado. “A cidade toda está vindo para São Paulo de ônibus.”

Por outro lado, quem ainda tem gasolina no tanque do carro conta com o feriado prolongado de Corpus Christi nesta quinta-feira (30) para arriscar curtos trajetos. “Tenho gasolina para rodar até quarta-feira. Senão normalizar até lá, pelo menos tem o feriado para poder ficar em casa”, diz a bancária Mônica de Araújo, 30.

A gasolina usada a “conta-gotas” pela autônoma Jaqueline Abramchik, 47, tem como prioridade apenas o trajeto para levar e buscar o filho na escola. “Só deve durar até quarta-feira. Depois disso, vamos ter que usar o metrô.”

Com metade do tanque ainda com combustível, o zelador Francisco Barbosa, 48, também determinou o limite de mais dois dias para conseguir rodar com seu carro para percorrer os 18 km entre sua casa e o trabalho, na avenida Brigadeiro Luis Antônio.

“Passo por dez postos no caminho e nenhum está funcionando. Conto com o feriado para ficar em casa e economizar o que sobrar de combustível”, diz.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.