Metrô de São Paulo aceita reintegrar funcionários demitidos durante greve

37 pessoas desligadas em 2014 serão readmitidas; estatal alegava justa causa

Grupo protesta na av. Paulista contra demissão de metroviários durante greve da categoria em 2014
Grupo protesta na av. Paulista contra demissão de metroviários durante greve da categoria em 2014 - Eduardo Anizelli - 12.ago.14/ Folhapess
William Castanho
São Paulo

O Metrô e o Sindicato dos Metroviários chegaram a um entendimento na Justiça do Trabalho para a reintegração de 37 funcionários demitidos na greve de 2014, às vésperas da Copa do Mundo no Brasil. O acordo foi protocolado nesta quinta-feira (17). 

Durante a paralisação, na gestão do ex-governador e atual pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB), o Metrô demitiu 42 metroviários sob a alegação de justa causa. A greve começou no dia 5 de junho e a abertura da Copa foi no dia 12 de junho em São Paulo. 

Em primeira e segunda instâncias, a estatal paulista perdeu os recursos e teria de readmitir os funcionários. Apesar das decisões, o cumprimento não foi imediato e o metrô recorreu.

O caso chegou ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), onde aguardava por julgamento. Com o acordo, a 34ª Vara do Trabalho de São Paulo vai pedir o processo de volta e, em seguida, deverá homologar as reintegrações.

O Metrô vai ter de pagar R$ 14 milhões devidos aos trabalhadores desde junho de 2014. Os funcionários receberão os valores em 12 parcelas e terão estabilidade no emprego por um ano.

Na época, o governo paulista e a empresa alegaram que a greve era política. Então em campanha salarial, os metroviários usavam o mote “transporte com padrão Fifa” para reivindicar reajuste.

Procurada pela Folha, a empresa afirmou que readmitiu os 37 funcionários conforme determinação judicial. 

Segundo a advogada do sindicato Regiane Moura, o acordo põe fim a um litígio que não tinha data para acabar.

“É um acordo que encurta a tramitação do recurso em Brasília e a categoria queria seus ativistas de volta ao trabalho. Além disso, vinha se avolumando um passivo trabalhista muito grande. No nosso entendimento, foi uma vitória dos trabalhadores”, diz a advogada.

Demitido em 2014, o coordenador-geral do sindicato, Raimundo Cordeiro comemorou o acordo. “O Metrô atribuiu condutas que não se comprovaram, como vandalismo. Quem preserva o metrô são os metroviários”, afirma.

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