Desde a infância, José Siqueira tinha em mente ser padre. O garoto do sertão cresceu e realizou seu sonho. Porém, o destino do pernambucano mudou ao se apaixonar, e ele resolveu deixar o sacerdócio para se casar nos anos 1970.
Advogado de formação, mudou-se com a mulher para Campina Grande, na Paraíba, onde conciliava os trabalhos na advocacia cível e no jornalismo —mas sem deixar as raízes católicas de lado.
Trabalhou como procurador-geral da diocese de Campina Grande, juiz conciliador do Tribunal de Pequenas Causas e, na mesma ocasião, foi nomeado superintendente da Rádio Caturité, ligada à igreja.
À época, teve o desafio de tirar a empresa de uma grave crise econômica. A programação ganhou um novo formato, que ia além dos programas de evangelização, com músicas, esportes e investimento pesado em jornalismo.
José, em tom de brincadeira, sempre dizia aos jornalistas: "Cada um vale o que pesa". Conseguiu não somente alavancar a audiência como estabeleceu um piso salarial para os funcionários.
Os filhos se lembram dele como um pai presente, carinhoso e exigente. "Toda viagem de trabalho que ele fazia, eu ganhava um presente diferente", lembra Carlos. "Certa vez, jogando futebol, chutei a bola no meio da rua e acertei a janela do vizinho. Fiquei de castigo e não mais joguei", conta.
Mesmo nos momentos de lazer, costumava levá-los para assistir a espetáculos e cerimônias religiosas.
Nos últimos 14 anos, sua saúde estava frágil por problemas no rim. Morreu no dia 21, aos 88, de insuficiência renal. Deixa a mulher, Maria, com quem era casado havia quase 50 anos, os três filhos, Carlos, Moema e Cristina, e seis netos.
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