Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Polícia de SP reduz patrulhamento para economizar combustível

PM cortou serviços burocráticos diante do 4º dia de greve dos caminhoneiros

Rogério Pagnan
São Paulo

Um possível colapso de desabastecimento de combustível no estado de São Paulo por causa do protesto dos caminhoneiros levou a Polícia Militar a implantar um esquema especial de racionamento que inclui a redução do patrulhamento pelas ruas.

A cúpula da corporação decidiu tarde desta quinta-feira (24), quando os caminheiros entraram em seu quarto dia de greve, que as viaturas ficarão agora mais tempo estacionadas em pontos de patrulhamento. Normalmente, definido esse ponto de atuação, o veículo da PM fica 40 minutos rodando e outros 20 minutos estacionado. Agora, para economizar combustível, o tempo parado será ampliado em 50%, sendo 30 minutos em ronda e 30 minutos estacionado.

Como base nos dados do primeiro trimestre, o estado de São Paulo tem, neste ano, uma média diária de 1.456 furtos, 753 roubos, 279 furtos de veículos e 154 roubos de veículos. Também ocorrem diariamente uma média de 25 roubos de cargas, dez estupros e nove homicídios intencionais.

A Polícia Militar de São Paulo tem uma frota de 18.500 veículos espalhados pelo estado, incluindo os Bombeiros. A frota da PM consome 3,2 milhão de litros de combustível mensalmente, cerca de um terço disso só na capital. A maior quantidade de consumo é de álcool, 1,7 milhão de litros, seguido de gasolina (1,3 milhão de litros) e de diesel (202 mil litros). 

O comando da PM autorizou a frota a abastecer com combustível aditivado, quando, no posto conveniado, não estiver disponível o combustível comum.

"Para fins de patrulhamento não altera em nada [a qualidade] o patrulhamento, mas representa no final uma economia de combustível razoável para este momento de crise", disse o secretário Mágino Alves Barbosa Filho (Segurança Pública). 

Se a crise se agravar, o secretário afirma que a polícia também poderá utilizar caminhões de combustível para abastecer carros de cidades menores, onde não há reservatórios estratégicos nos batalhões. Ainda segundo ele, nos municípios onde há o policiamento feito por policiais de folga, o chamado bico oficial, serão priorizados os serviços realizados por moto e a pé.

Os carros da Polícia Civil, de acordo com o secretário, também serão utilizados apenas em circunstâncias emergenciais, em diligências inadiáveis. "Priorizar aquilo que for realmente imprescindível, por conta dessa necessidade transitória."

utra medida emergencial é a suspensão, até segunda ordem, de todos os serviços burocráticos sem urgência, como entrega de documentos --privilegiando, assim, todo o combustível disponível para o serviço de patrulhamento.

Os carros da corporação são abastecidos em postos comuns, com cartão de abastecimento (como cartão de crédito), mas possuem estoques emergenciais em unidades específicas em cada região do estado. Além disso, o comando das regiões tem contato com as distribuidoras para evitar o desabastecimento da frota. A PM também mantém esquema de escolta para entrega de combustível nos aeroportos.

 
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