Umidade relativa do ar atinge nível crítico em São Paulo nesta terça-feira

Meteorologistas alertam para a proliferação de doenças respiratórias e o risco de queimadas

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A baixa adesão à imunização contra gripe levou o Ministério da Saúde a liberar a vacina para mais grupos da população - Bruno Santos/Folhapress
Fillipe Mauro
São Paulo

A umidade relativa do ar em São Paulo atingiu nesta terça (26) níveis críticos. Segundo dados recolhidos pela estação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) no Alto de Santana, da noite de segunda (25) até esta manhã, os índices despencaram de 73% para 29% —faixa onde é elevada a proliferação de doenças respiratórias e o risco de queimadas.

Segundo meteorologistas do Climatempo, essa brusca queda na umidade é produto de uma massa de ar seco comum nesta época do ano em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste. Para os próximos dias, não são esperadas mudanças significativas e as chuvas se concentrarão nas regiões Sul, Norte e na faixa litorânea do Nordeste.

Apenas no início do mês passado a umidade do ar havia sido tão baixa em São Paulo —24% no dia 4 de maio. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a faixa que vai de 30% a 21% inspira atenção.

Avanço da gripe

A campanha nacional de vacinação contra a gripe deste ano registrou baixa adesão e o Ministério da Saúde fez um alerta sobre o aumento de morte crianças. De janeiro até junho, foram registradas 44 mortes de menores de cinco anos por complicações respiratórias. No mesmo período do ano passado, o número de mortes foi de 14.

A expectativa era vacinar 12,6 milhões de crianças, mas, até o momento, apenas 67,7% dessa meta foi atingida. Mesmo com a prorrogação dos prazos, pelo menos 3,6 milhões de crianças com idades abaixo de cinco anos ainda não foram vacinadas.

O pneumologista João Paulo Lotufo, do Hospital Universitário da USP, explica que a maior incidência de doenças respiratórias é resultado não apenas da grande concentração de poluentes, mas também do ressecamento das mucosas. "Daí a importância de se consumir bastante água; uma mucosa bem hidratada é menos vulnerável a infecções", afirma.

Já as mortes por gripe dentre crianças, gestantes e idosos estariam relacionadas, além de uma imunidade mais frágil, ao "baixo calibre da árvore respiratória desses pacientes". Segundo Lotufo, a recuperação de uma gripe depende da capacidade de higienização do aparelho respiratório, que é menor nesses grupos. Para isso, "não há inalação ou expectorante que supere a eficácia de uma boa e abundante hidratação".

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