Fenda no asfalto interdita faixa em ponte de SP, desta vez na marginal Tietê

Falha foi detectada na via cinco dias após parte de viaduto ceder na marginal Pinheiros

rachadura na ponte do Limão
Pista na ponte do Limão em São Paulo (SP) é interditada por causa de rachadura no asfalto - Newton Menezes/Futura Press/Folhapress

São Paulo - ​Uma fenda com cerca de um metro de comprimento aberta no asfalto interditou uma das faixas da ponte do Limão, no sentido bairro, na zona norte de São Paulo. Funcionários da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) isolaram a área com faixas de sinalização, e a Defesa Civil do município foi acionada. 

A ponte do Limão está entre os viadutos que constam em lista elaborada pela Prefeitura de São Paulo das pontes e viadutos que necessitam de obras emergenciais (leia mais abaixo). 

A prefeitura informou que se trata de um dano na junção da via com a ponte do Limão e que não representa qualquer dano à estrutura. A manutenção deve ser finalizada nesta quarta-feira (21), segundo a administração. 

A rachadura na ponte foi percebida cinco dias após a ruptura de parte de viaduto na marginal Pinheiros, localizado a 500 metros da ponte Jaguaré, no sentido Castello Branco. 

O viaduto que cedeu passa sobre os trilhos da linha 9-esmeralda da CPTM e é rota de acesso à rodovia Castello Branco, próximo ao shopping e ao parque Villa Lobos. A ruptura criou um "degrau” de cerca de dois metros na pista, e as causas seguem desconhecidas pela gestão Bruno Covas (PSDB).

O trânsito na pista expressa da marginal Pinheiros foi interrompido entre as pontes Transamérica e Jaguaré. Desde a manhã desta terça-feira (20), porém, a interdição foi reduzida e, atualmente, 10km da via continuam bloqueados. 

A preocupação da gestão Covas é com os altos índices de congestionamento previstos para a manhã desta quarta-feira (21), quando o retorno de mais de um milhão de carros é esperado após o feriado prolongado. 

Nesta segunda-feira, o prefeito informou que irá pedir autorização ao TCM (Tribunal de Contas do Município) para abrir um contrato emergencial para a realização de laudos de engenharia para fazer a manutenção de 185 pontes em viadutos da cidade. Essa avaliação das pontes e viadutos tem sido feita de forma visual pelos funcionários da secretaria de Obras, de acordo com o prefeito.

Sem manutenção

Neste ano, a gestão Covas gastou apenas 5,3% do valor previsto para recuperação e reforço de pontes e viadutos em São Paulo. A administração municipal reservou R$ 44,7 milhões para recuperação e reforço de viadutos e pontes no Orçamento deste ano. No entanto, a menos de um mês e meio do final do ano, gastou até agora apenas R$ 2,4 milhões.

A Prefeitura de São Paulo é alvo de cobranças há mais de uma década para reformar pontes e viadutos que requerem manutenção preventiva e reparos.

A situação se arrasta por pelo menos quatro prefeitos  —Gilberto Kassab (PSD), de 2006 a 2012, Fernando Haddad (PT), de 2013 a 2016, João Doria (PSDB), de 2017 a abril de 2018, e Bruno Covas (PSDB)— sem que uma ampla ação efetiva tenha sido realizada.

Segundo o Ministério Público, a maioria das pontes e viadutos da cidade foram erguidos entre as décadas de 1960 e 1970 e, desde lá, não passaram por manutenção adequada nem receberam atenção de prevenção a contento.

A falta de atenção rotineira às instalações também acabou por inflar os valores das obras.

Sem prazo

A prefeitura segue sem nenhuma estimativa de prazo para finalizar a obra do viaduto que cedeu no feriado e também do tipo de técnica de engenharia a ser utilizada no local.

Um agravante para essa indefinição sobre a técnica a ser utilizada no local é o desaparecimento do projeto original do viaduto, erguido na década de 1970 a partir de um convênio entre o município e a antiga Fepasa (companhia de trens). A prefeitura pediu ajuda ao governo paulista para tentar encontrá-lo.  

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