Com chuvas, Cantareira deixa sinal de alerta e entra em estágio de atenção

Principal manancial da Grande São Paulo teve alívio com chuvas do fim do ano passado

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São Paulo

Ainda que tenham vindo abaixo do esperado, as chuvas da atual estação úmida ajudaram a dar fôlego ao sistema Cantareira, o principal reservatório de água que abastece a Grande São Paulo. Com isso, o conjunto de represas saiu do estágio de 'alerta', quando o índice fica abaixo de 40% de sua capacidade —nesta terça-feira (8), o sistema opera com 41,1%. O estágio atual é considerado de 'atenção'.

Na prática, com mais água, a Sabesp, a empresa de água do estado de SP, terá a partir do próximo mês a possibilidade legal de retirar mais água do manancial, ainda que isso não seja obrigatório. 

Desde o início da estação chuvosa, em outubro, o volume de chuvas sobre o Cantareira esteve 5% abaixo da média para o período. Também esteve abaixo do esperado o volume de entrada de água nas represas pelos rios e encostas. Nesse quesito, a média de afluência foi 17% menor no período.

Ainda assim, a Sabesp manteve bastante baixa a quantidade de água retirada do Cantareira, o que permitiu o ganho de 7,3 pontos percentuais no índice do sistema nesse período.

O sistema de represas iniciou o período chuvoso com 33,6% de sua capacidade e hoje tem 41,1%. Há um ano, a situação era ligeiramente melhor, e o reservatório operava com 42,5%. 

O acúmulo de água nesse período é importante para que o sistema tenha fôlego depois para enfrentar o período de estiagem, de abril a setembro, quando a retirada de água para o abastecimento da população supera a de entrada com chuvas e pelos rios.

Nova Regra

O Cantareira abastece parte da Grande São Paulo e também da região de Campinas e, após a última crise, em 2014 e 2015, foi criada uma nova regra de partilha da água.

Para a Grande São Paulo, a retirada de água do Cantareira ficou limitada a 33 mil litros de água por segundo. Ao final de cada mês, é verificado o nível do Cantareira. A Sabesp argumenta que há meses tem retirado água bem abaixo do que é estipulado por esta regra. Diferentemente da crise de 2014, isso só é possível devido a redução do consumo de água da população e a maior capacidade de levar água de outros reservatórios a mais bairro de São Paulo.

Basicamente, para a região metropolitana da Grande São Paulo, a captação funciona da seguinte forma:

Faixa 1 (normal): quando o Cantareira tiver mais de 60% de sua capacidade, retira-se 33 mil litros de água por segundo.

Faixa 2 (atenção): quando o Cantareira tiver entre 60% e 40% de sua capacidade, retira-se 31 mil litros de água por segundo.

Faixa 3 (alerta): quando o Cantareira tiver entre 40% e 30% de sua capacidade, retira-se 27 mil litros de água por segundo.

Faixa 4 (restrição): quando o Cantareira tiver entre 30% e 20% de sua capacidade, retira-se 23 mil litros de água por segundo.

Faixa 5 (especial): quando o Cantareira tiver menos de 20% de sua capacidade, retira-se 15,5 mil litros de água por segundo.

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