Descrição de chapéu Alalaô

Após vídeo viralizar no ano passado, berço elétrico vira bloco para bebês em SP

Empresário criou móvel com rodinhas e adereços para levar filho de 11 meses à folia

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Julia e Diogo, criadores do bloco Berço Elétrico, e o filho Pedro, 2
Júlia e Diogo, criadores do bloco Berço Elétrico, e o filho Pedro, 2 - Adriano Vizoni/Folhapress
São Paulo

Pedro, 2, ainda nem sabe o significado das batidas que ouve, mas, fantasiado de palhacinho, levanta os braços, mexe a cintura e não para de rir. Nascido numa segunda-feira de Carnaval, ele vai levar para o parque Burle Marx, na zona oeste da capital paulista, a versão recém-nascida de um trio: o Berço Elétrico.

O bebê estreou na folia no ano passado. O vídeo em que Pedro aparece dançando na engenhoca colorida batizada pelo pai de berço elétrico viralizou —tem mais de 15 milhões de visualizações.

Agora, o que era uma ideia para levar o filho de 11 meses ao desfile do Monobloco em São Paulo, vai virar um cordão adaptado aos minúsculos foliões, dos seis meses aos seis anos.

As tendas de bebidas darão lugar a tendas para amamentação, alimentação e fraldário. Contra o calor, os jatos de água serão substituídos por guarda-sóis, espalhados pelo local, já arborizado.

As caixas de som terão seus decibéis controlados e o repertório quer agradar dos pequenos aos pais, tias, madrinhas, avós. Vai misturar de Galinha Pintadinha a marchinhas, Tim Maia e Alceu Valença. Também estão sendo produzidos 40 berços elétricos, cópias do modelo de Pedro.

O empresário Diogo Rios, 35, não esperava tanta repercussão quando chegou em casa com um berço de saldão e tinta, disposto a ir com o filho na tarde seguinte para a festa. A empresária Júlia Maturana, 35, a princípio achou a ideia do marido maluca, mas logo entrou na brincadeira.

“O Pedro dança, brinca, canta. Qualquer batida ele quer pular. Agora que está começando a falar, também repete as músicas”, diz o pai.

Para ficar seguro e animado, o berço ganhou adereços, brinquedos, rodinhas, tiras laterais de proteção e um guarda-sol. O espaço permitia trocar fralda e alimentar o bebê. Os pais evitaram a muvuca perto do trio que reúne 60 mil pessoas na capital.

Houve críticas, mas os elogios foram maioria, conta Diogo. “Muitos pais não curtiam o Carnaval porque não sabiam como levar as criancinhas e evitam os blocos de rua, mesmo os infantis, porque não têm estrutura.”

Agora, o cordão estreante Berço Elétrico quer acabar com tal hiato no Carnaval. O investimento é quase todo da empresa de Diogo. Sem patrocinador ou verba da prefeitura, ele decidiu desembolsar R$ 200 mil e espera reunir cerca de 2.000 paulistanos.

“Primeiro ano é difícil, mas eu acredito na continuidade do bloco para os próximos”, diz o pai fanático por Carnaval, que vê no filho a mesma genética inclinada à farra. "Nada paga esse momento lúdico com a família. Isso terá um significado muito importante quando ele estiver maior” —bem, ao menos Pedro poderá dizer que ainda bebê teve seu próprio trio carnavalesco.

O Berço Elétrico invade o parque Burle Marx no dia 2 de março, de 10h às 14h. Quem levar duas latas de leite em pó ou dois pacotes de fralda ganhará um abadá do bloco. O que for arrecadado será doado para creches.

Na cidade, vão desfilar ao menos outros 11 blocos de rua infantis este ano, entre o Charanguinha do França, Fraldinha Molhada e o Mamãe eu Quero.

A previsão é de público recorde para o Carnaval de rua 2019 em São Paulo. Foram confirmados 570 blocos para os dias do pré-Carnaval, entre 23 e 24 de fevereiro, até o pós-Carnaval, entre os dias 9 e 10 de março. Ao todo, serão 647 desfiles.

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