Quando alguém tinha dúvidas sobre algum tema, o paulistano José Renato fazia questão de explicar tudo nos mínimos detalhes. Ensinar e conversar estavam entre as coisas que ele mais gostava de fazer. Sempre otimista, ele era um bom ouvinte e um professor paciente.
"As vezes eu brincava dizendo que ele não precisava fazer uma dissertação para explicar algo simples. Mas ele adorava contar histórias e compartilhar o que sabia. Nunca o vi de mau humor", diz Ana Paula, com quem ele foi casado nos últimos 12 anos.
José Renato cresceu ao lado dos três irmãos e dos pais na casa de seus avós paternos no bairro Aclimação. Desde cedo ele se acostumou a ver a casa cheia e acabou levando essa tradição por toda a vida. Bom anfitrião, era comum receber amigos e familiares para os almoços dominicais. Cozinheiro de mão cheia, ele não gostava de repetir receitas e inventava novos pratos.
Da infância José Renato também manteve a paixão pelo futebol. Torcedor fanático do São Paulo, não perdia uma disputa do time. Essa preferência, no entanto, não o atrapalhou de escrever e publicar um livro sobre o Palmeiras --por muito tempo focou em pesquisar movimentos imigratórios no país e seus reflexos, que incluiu a origem do time rival pelos italianos.
Formado pela USP, o sociólogo tinha fascínio pelo aprendizado e orgulho por lecionar na USP Leste, onde atuava na Each (Escola de Artes, Ciências e Humanidades). Na instituição, colaborou na formação do curso de políticas públicas. Também foi representante dos doutores no conselho universitário e ficou conhecido por criar um blog para dar transparência às discussões do grupo.
José Renato morreu do dia 30 de janeiro, aos 50 anos, em decorrência de um infarto. Ele deixou a mulher, o filho Felipe e o enteado Gabriel.
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