Prefeitura de SP vai conceder terraço do Martinelli e abrir café e lojas

Edital será publicado em abril; espaço está fechado ao público há dois anos

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo vai conceder à iniciativa privada um de seus mirantes mais conhecidos, o terraço do edifício Martinelli, no centro da cidade.

A ideia é criar o Observatório Martinelli, com restaurante, cafés e lojas, nos moldes do Terraço Itália e do Farol Santander (no edifício Altino Arantes, mais conhecido por ter sediado o Banespa), o que inclui a cobrança de ingressos para visitação.

O edital de concessão será publicado em abril. A prefeitura vai ceder três andares do Martinelli e uma loja no térreo, que somam 2.597 m². 

Para atrair interessados, a gestão Covas oferece, como fonte de receita ao futuro concessionário, venda de ingressos, passeios guiados, exploração para eventos (como sessões de fotos, filmagens, shows, exposições e casamentos) e venda de produtos em restaurante, café e loja de souvenirs.

A empresa vencedora deverá garantir a abertura do terraço à visitação pública todos os dias da semana (inclusive feriados), por, pelo menos, 10 horas ininterruptas, além de manter o acesso gratuito a estudantes e professores de escolas públicas estaduais e municipais.

Deverá ainda construir um novo elevador e instalar equipamentos de acessibilidade nas áreas concedidas, além de construir guarda-corpos mais altos e de vidro. A concessionária também precisará fazer obras de restauro no edifício.

O terraço foi aberto ao público em 2010, mas fechou em 2017, depois de casos de suicídio.

Inaugurado em 1929 pelo empresário italiano Giuseppe Martinelli (que construiu sua mansão no topo do prédio), o edifício homônimo foi o primeiro arranha-céu de São Paulo e, até 1947, o mais alto do país.

O prédio refletiu o boom econômico da capital no começo do século passado e abrigou, nas primeiras duas décadas, um hotel (São Bento), cinema (Cine Rosário), restaurantes, clubes, sindicatos, partidos políticos e até jornais.

Dos anos 1950 em diante, contudo, o edifício se transformou numa espécie de cortiço e, palco de crimes de grande repercussão, ganhou o noticiário policial. Foi preciso intervenção de militares para recuperar o edifício, com lixo acumulado até o alto dos fossos dos elevadores. 

Em 1975, a prefeitura desapropriou e restaurou o imóvel. Desde a reinauguração, em 1979, ele voltou a abrigar escritórios, restaurantes e órgãos municipais. 
 

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