O arquiteto Roberto Thompson Motta é descrito como perfeccionista e de ouvidos afiados.
As duas qualidades eram fundamentais para um especialista em acústica com projetos como os que tinha no currículo. Só no Rio de Janeiro, em sua área de atuação, Thompson assinou projetos como o do Projac (estúdios da rede Globo), MAM (Museu de Arte Moderna) e MAR (Museu de Arte do Rio).
Na área desde os anos 1950, ele também atuou em inúmeros teatros e auditórios no Brasil, além de espaços em outros países do continente.
Paralelamente à carreira na arquitetura, começou a dar aulas ainda bem novo, e formaria várias gerações de arquitetos. Como professor da FAU-UFRJ (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro), deu aulas sobre instalações elétricas, física aplicada e acústica.
A arquiteta Adriana Gianpietro, 50, começou como estagiária no escritório de Thompson há 30 anos. E está lá até hoje.
Segundo Adriana, o arquiteto costumava ficar amigo dos funcionários e acabou virando até padrinho de casamento de alguns deles.
“Era uma pessoa que ajudava todo mundo. Estagiários, office-boys, todo mundo”, diz Adriana. “Quando alguém queria sair da empresa, seguir em frente, ele dava uma mão para que a pessoa conseguisse o que queria”.
Apaixonado pelo trabalho, mesmo afastado nos últimos anos, saía semanalmente de casa, em Ipanema, e passava no escritório, no centro, para saber dos projetos e bater papo.
Ele morreu em decorrência de um acidente vascular cerebral, no dia 24 de junho, data de seu aniversário de 89 anos. Deixa a mulher, três filhos e quatro netos.
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