"A minha casa está cheia d'água. Cama, já era. Sofá, já era. Tem uma geladeira que está boiando, o fogão provavelmente já era também", diz a dona de casa Laura Silva de Brito, 18, enquanto assiste sua casa ser tomada pela água suja, de um andar superior.
Laura é moradora da Vila Itaim, bairro no extremo leste de São Paulo historicamente atingido pelas enchentes na cidade. Segundo ela, com as fortes chuvas desta segunda-feira (10), o nível da água no bairro por volta das 12h30 não parava de subir.
Laura mora no andar térreo de uma casa. No andar de cima, vive a mãe dela. "Estou aqui na casa da minha mãe e não sei quando poderei sair, porque a água está subindo muito", afirma.
A pedido da reportagem, a dona de casa tirou uma foto da vista de sua janela, que mostra a parte da residência onde ela mora totalmente tomada de água.
"Perdi muita coisa. O guarda-roupa eu tive sorte que não tinha roupa dentro", diz ela, que cresceu em meio às enchentes do bairro.
Apesar do problema regular no bairro, a dona de casa afirma que os moradores foram pegos de surpresa dessa vez. "Estão construindo um piscinão aqui e a gente acreditou que dessa vez não iria ter alagamento", afirma.
Em dias de chuvas fortes como as desta segunda, os moradores se preparam para ficar em casa enquanto a água não baixar, o que pode levar dias.
"Não dá para sair, porque a gente não sabe o que tem nessa água. Vai que tem um bicho, ou tem tábua com prego. Uma vez fui sair e um prego entrou no meu pé".
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