A dona de casa Maria dos Santos era mestra em receber bem as pessoas. A casa cheia com familiares e amigos a deixava feliz.
Natural de Araraquara (273 km de SP), era conhecida como Yolanda, nome que os irmãos combinaram de registrá-la. O pai preferiu Maria.
Em Araraquara morou até os seis anos de idade. Mudaram-se para o Canindé, na região central de São Paulo, pelo novo emprego do pai e a oportunidade de melhora de vida. Ele trabalhava na Estrada de Ferro Sorocabana, extinta em 1971, e a mãe cuidava da casa. Com Maria, eram sete filhos.
Na adolescência, conheceu o futuro marido, Raymundo dos Santos. Casaram-se quando ela tinha 22 anos. Da união, nasceram quatro filhos. Uma delas, a médica Márcia, morreu há seis anos.
Após o casamento, dedicou-se somente ao lar —fora operária nas Indústrias Matarazzo. Maria era admirável por abrigar um conjunto de qualidades contornadas pela personalidade forte, matriarcal, marcante e doce. A exemplo do pai, seguiu a religião protestante e educou os filhos na mesma fé.
Querida por familiares e amigos, gostava de receber visitas e a elas dedicava todos os seus conhecimentos de boa anfitriã. Cheia de aptidões, na culinária se superava toda vez que preparava bacalhau e pavê.
Habilidosa, aprendeu a costurar sozinha, mas fez curso de alta costura. Depois, migrou para o bordado e a pintura em cerâmica e de telas.
Segundo o filho, o piloto comercial aposentado Cláudio Simão dos Santos, 69, a maior felicidade de sua vida aconteceu aos 52 anos de idade, quando tornou-se avó pela primeira vez. Deixou para trás apenas o sonho de estudar francês.
Maria dos Santos morreu dia 20 de julho, aos 92 anos, de insuficiência cardíaca. Viúva, deixa os filhos Cláudio, Celso e Marta, seis netos e dois bisnetos, além de outro a caminho.
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