O grand finale da bailarina é sempre impactante, cheio de emoção e aplausos. A bailarina Penha de Souza deve ter vivido finais apaixonantes na dança. O último deixou o país em luto.
No dia 1º de julho, Penha não acordou. O coração resolveu descansar.
Carioca criada em Bauru (329 km de SP), Penha construiu uma trajetória com cerca de 50 anos de carreira.
Em 1955, mudou-se para a capital paulista. Foi aluna de grandes mestres da dança e tornou-se referência aos alunos que ensinou e formou.
Trouxe de Nova York (EUA) a técnica de dança moderna de Martha Graham e foi uma das primeiras bailarinas a trabalhá-la no Brasil.
Coreografou pelo Cisne Negro e criou o primeiro espetáculo do grupo, em 1977.
Em certo momento de sua vida, Penha passou a se dedicar ao ensino de atividade física para a terceira idade.
Criou a técnica alongamento corretivo postural —junção do balé clássico com o moderno, Yoga, RPG e Pilates.
A Procuradora do estado aposentada, Marcia Junqueira Sallowicz Zanotti, 72, era aluna de Penha há 40 anos.
“Ela tinha uma percepção incrível do corpo e foco no movimento. Calma, tranquila, nos transmitia a paz. Sua presença na sala de aula melhorava a disposição das alunas. Nós a considerávamos genial. Fica o legado do seu amor pela profissão”, afirma Marcia.
Penha teve atuação importante na luta pelo reconhecimento da dança no Brasil. Foi uma das fundadoras da Associação Paulista de Profissionais de Dança, atual Sindicato dos Profissionais da Dança do Estado de São Paulo.
Penha morreu dormindo, aos 85 anos. Ainda dava aulas de ginástica. Ela tinha três filhas.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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