Alegria estampada no sorriso, nos olhos azuis, nas roupas e nos adereços. Eis o retrato da professora Nadir Mercedes Tiveron, que adotou as danças circulares e étnicas para também celebrar a união, a comunhão e o amor através da expressão artística.
Nadir cruzou o caminho da também professora de danças circulares Renata Carvalho Lima Ramos, 71, em 1995.
Ambas foram apresentadas por uma amiga em comum, Gláucia Rodrigues, e começaram a dançar juntas.
Durante anos, as amigas se uniam a um grupo de estudos sobre o assunto toda terça-feira. No início dos anos 2000, Nadir viajou com Renata para Findhorn, uma ecovila no Norte da Escócia, por onde passou o bailarino Bernhard Wosien ao difundir este tipo de dança (1976).
“Ela era muito alegre, sociável, gentil e humilde. Não imaginou que seria tão querida pela rede brasileira de danças circulares. Nadir também era sábia, honesta, verdadeira e generosa”, diz Renata.
Seus conhecimentos foram reproduzidos em um dos capítulos do livro “Danças Circulares Sagradas - Uma Proposta de Educação e Cura”, lançado em 1998, pela editora Triom, da amiga Renata. Também com ela, até antes da pandemia de Covid-19, participava da vivência em Dança Circular no Parque Trianon (zona sul) no terceiro domingo de cada mês.
Nadir tinha paixão por viajar e aproveitou para unir o gosto pessoal à oportunidade de aprimorar as técnicas das danças étnicas e circulares. Fez cursos nos EUA e na Grécia, entre outros países.
A vida lhe deu alguns percalços, superados com a fé no espiritismo. Enfrentou o câncer duas vezes, além de um problema no fêmur.
“A Nadir imprimiu na família das danças circulares a imagem de uma guerreira, que ultrapassa seus limites”, afirma Renata.
Nadir morreu dia 13 de outubro, aos 89 anos, de Covid-19. Solteira, deixa duas sobrinhas.
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