O protesto de caminhoneiros realizado desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (5) travou o trânsito e suspendeu o rodízio de veículos na capital paulista.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os veículos de placas finais 9 e 0 poderão circular normalmente nesta sexta, inclusive os caminhões.
“Também estarão liberadas as demais restrições existentes na cidade: Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões e a Zona de Máxima Restrição aos Fretados”, disse a CET por nota.
Por volta das 10h15, o protesto dos manifestantes estava concentrado na Marginal Tietê, no sentido da rodovia Ayrton Senna, na altura do Cebolão. As pistas local, central e expressa foram bloqueadas.
Segundo a CET, que monitora o protesto, apenas motoristas particulares estavam conseguindo passar pela barreira montada pelos manifestantes.
Os caminhoneiros disseram que o protesto foi motivado contra as medidas tomadas pelo governo Doria (PSDB) para conter o avanço da Covid-19 em São Paulo.
A partir deste sábado (6), todo o estado entrará na fase vermelha de contenção da pandemia, e apenas os serviços considerados essenciais poderão funcionar por 14 dias.
Os manifestantes também protestam contra o aumento da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
A CET informou que os motoristas afetados pelo protesto têm a opção de fazer desvios na região do Ceagesp.
Até as 10h30, a cidade apresentava 46 km de lentidão, com destaque para a região sul, com 20 km de trânsito mais lento. Durante a fase vermelha, o rodízio funcionará normalmente nos dias úteis na cidade de São Paulo.
PROTESTO IGNORA MORTES POR COVID, DIZ GOVERNO DORIA
O governo Doria afirmou, por nota, que entende as manifestações, mas ressaltou que "ir contra as medidas de isolamento social adotadas pelo Plano SP é ignorar a morte de 60 mil pessoas no estado, que contabiliza mais de 7.000 pacientes neste momento deitados em leitos de UTI".
A decisão de colocar os 645 municípios paulistas na fase vermelha, segundo o governo paulista, foi uma medida adotada por recomendação do Centro de Contingência diante do aumento de casos, internações e óbitos causados pelo coronavírus.
"O protesto é um boicote ao esforço dos profissionais de saúde que lutam para salvar vidas em meio a uma pandemia. E, por outro lado, é uma forma de tentar camuflar a realidade macroeconômica que o país enfrenta com cinco aumentos no preço da gasolina neste ano, quatro elevações consecutivas no preço do diesel, inflação de alimentos, a volta da recessão, aumento da dívida pública e a disparada de preços de itens básicos como arroz e leite", afirma nota do governo paulista.
A gestão Doria diz reconhecer a gravidade da crise econômica global e seus impactos, e que mantém o canal aberto com todos os setores e representantes de associações.
"Para auxiliar os empreendedores a atravessarem essa crise, o estado desembolsou quase R$ 2 bilhões de crédito pela Desenvolve SP, Banco do Povo e Sebrae; e liberou neste ano mais R$ 125 milhões de crédito".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.