Polícia apura 29ª morte na operação do Jacarezinho

Corpo não identificado no IML pode ser nova vítima da operação mais letal da história do estado

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil apura se o número de mortos na operação na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, subiu para 29.

Um corpo não-identificado no IML pode ser nova vítima do massacre na favela. A polícia chegou a confirmar o vínculo com a operação, mas, depois, passou a afirmar que ainda apurava se havia relação com o caso.

Segundo a Polícia Civil, 26 dos 28 civis mortos tinham registro na ficha criminal. Também morreu o policial civil André Frias.

A Polícia Civil ainda não divulgou a identificação das vítimas do massacre do Jacarezinho. Apenas Omar Pereira da Silva e três alvos de mandados de prisão (Isaac Pinheiro de Oliveira, 22, Romulo Oliveira Lucio, 20 e Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23) foram confirmados oficialmente como vítimas da matança.

Esta foi a operação mais letal da história do Rio de Janeiro, deixando 29 mortos —além dos 27 civis, dois policiais também morreram.

A ação teve como alvos 21 réus sob acusação de associação ao tráfico. A denúncia contra eles tem como base fotos publicadas em redes sociais em que aparecem armados. Apenas três dos mortos eram alvos dos mandados de prisão expedidos pela Justiça. Outros três foram presos, segundo a polícia.

Os registros de ocorrências das 27 mortes de civis na quinta-feira (6) durante a operação na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, mostram que elas ocorreram em 12 pontos distintos da comunidade. Os documentos indicam o envolvimento de 29 policiais nos homicídios sob investigação.

Uma das ocorrências que mais chamaram a atenção de defensores públicos e membros de entidades de direitos humanos ocorreu sem a apreensão de qualquer arma. Trata-se de um homem encontrado numa cadeira de plástico num beco da favela.

De acordo com o registro de ocorrência deste caso, a vítima, ainda não identificada, foi encontrada por dois policiais após a troca de tiros.

O resumo da ocorrência indica que os agentes avistaram “um elemento com ferimentos de arma de fogo sentado em uma cadeira, o qual socorreu para o Hospital Municipal Souza Aguiar”. Não há descrição de nenhuma arma apreendida no local.

A Defensoria Pública apontou que a retirada do corpo da área do crime impediu a realização de perícia no local para auxiliar nas investigações do caso.

No total, foram apreendidos cinco fuzis, 16 pistolas, uma submetralhadora, duas espingardas e seis granadas nessas ocorrências. O montante representa quase a totalidade do armamento apresentado como resultado da operação pela Polícia Civil.

A polícia nega que tenha ocorrido irregularidades nas mortes provocadas por seus agentes. Afirma que todos atuaram em legítima de defesa.

O Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que realiza uma investigação independente para esclarecer as mortes no Jacarezinho.

“Desde o conhecimento das primeiras notícias referentes à operação, o MP-RJ vem adotando todas as medidas para verificação das circunstâncias em que ocorreram as mortes. Ainda ontem, o MP-RJ se dirigiu à comunidade do Jacarezinho, por meio de três promotores de Justiça e três estruturas próprias distintas: o Grupo Temático Temporário (GTT) – Operações Policiais (ADPF 635-STF), a Coordenadoria-Geral de Segurança Pública e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ)”, afirmou a Promotoria, em nota.

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