Descrição de chapéu Obituário Telma Cristina Lage dos Santos (1972 - 2021)

Mortes: Dedicou a vida ao acolhimento de migrantes e refugiados

Irmã Telma Lage lutou pelos direitos humanos e pela justiça social

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São Paulo

Migrantes e refugiados em Roraima perderam uma grande representante. A irmã Telma Lage morreu dia 22 de junho, aos 49 anos, por complicações de Covid-19.

Advogada e defensora dos direitos humanos e da justiça social, a missionária entregou sua vida e seu amor a venezuelanos que deixaram o país devido à crise humanitária e vieram para Boa Vista à procura de nova vida.

Foi o caso da psicóloga Merlina Saudade Ferreira, 38. Em 2016, ela o marido e dois filhos chegaram ao Brasil e receberam acolhimento da irmã.

“Ela empoderou os migrantes. Graças a ela entendemos que tínhamos que levantar a voz e defender a nossa dignidade. Nossa língua não faz diferença para o bem ao próximo”, diz.

Telma Cristina Lage dos Santos (1972-2021)
Telma Cristina Lage dos Santos (1972-2021) - Reprodução/Facebook Telma Lage

Formada em direito, Telma era conhecida pela firmeza, mas também pela alegria, pelo bom humor e pela sensibilidade, principalmente com os mais necessitados.

Nascida em Itabira (MG), Telma iniciou a caminhada na Congregação das Missionárias de Nossa Senhora das Dores em 1997. Em 2009, efetuou votos perpétuos.

Atuou na capital mineira, na Bahia e em Goiás até chegar à diocese de Roraima, no início de 2013.

Como coordenadora do Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Roraima, tornou-se uma das grandes defensoras dos imigrantes em Roraima.

Ela foi membro da Rede Eclesial Pan-Amazônica e eleita assessora da Pastoral da Juventude no Regional Norte 1, com atuação no Amazonas e em Roraima.

Para Camila Asano, diretora de programa da Conectas Direitos Humanos, a missionária foi uma grande inspiração. “Marcou muito o fato dela trabalhar em Boa Vista em defesa dos direitos dos migrantes e refugiados antes dos holofotes chegarem lá com a questão venezuelana”, afirma.

“Telma aliava trabalho de acolhimento e assistência a uma ação muito firme no questionamento de políticas que eram contrárias aos direitos humanos dos migrantes. Advogou contra o despejo ilegal de refugiados venezuelanos que viviam em uma ocupação em Boa Vista e enfrentou os abusos cometidos pelas autoridades com relação à negativa de acesso à saúde e educação. Fazia tudo isso de jeito carinhoso", relata Camila.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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