Descrição de chapéu Obituário Sergio Ricardo Guzzi (1977 - 2021)

Mortes: Repórter insistente, reunia os amigos para longas conversas

Sergio Guzzi idealizou portal de notícias em Araçatuba e cobrava autoridades sem trégua

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São Paulo

Em 19 de junho, dia em que o Brasil chegou a 500 mil mortes pela Covid-19, amigos do jornalista Sergio Guzzi receberam a triste notícia de que ele havia morrido na noite anterior, aos 44 anos, vítima do vírus.

Guzzi deixou dois filhos, João e Francisco, a mulher, a jornalista Silvia Helena, a mãe, uma irmã, e uma história repleta de batalhas e conquistas.

Pessoa com deficiência física, cursou jornalismo na Unorp (Centro Universitário do Norte Paulista), em São José do Rio Preto, e ficou conhecido por ser um repórter e editor de política investigativo e ácido na cidade em que se formou, em Bauru e em Araçatuba, todas no interior de São Paulo.

Muitos políticos o detestavam por não ter papas na língua. A fama de jornalista insistente é uma de suas conquistas, e nunca demonstrou disposição para recuar, mesmo quando recebia ataques e xingamentos como resposta.

Foto do rosto do jornalista Sergio Guzzi
O jornalista Sergio Guzzi, vítima da Covid-19 aos 44 anos - Reprodução

Desde 2019, Guzzi revelava os bastidores da política regional no portal de notícias 018 News, veículo que idealizou em Araçatuba.

"Muitas vezes ele fez estremecer a cidade e tirou o sono de diversas pessoas", resumiu o amigo Damião Brito. "Infelizmente a vida de alguns políticos vai ficar mais fácil sem o Sergio", disse a também amiga Ayne Gonçalves Salviano.

Sobre a fase em Bauru, ficaram na memória dos amigos as reuniões que promovia em seu pequeno apartamento, muitas vezes avançando as madrugadas. Na pauta, os furos e as autocríticas do dia, em conversas acompanhadas de macarrão, vinho e cerveja na sala pequena e na cozinha sem janelas.

Durante a pandemia, Guzzi relatou as mortes de dezenas de pessoas por Covid-19 em Araçatuba e região. Em publicações nas redes sociais, lamentava o número de mortes no Brasil e o negacionismo.

Ele estava internado na Santa Casa de Araçatuba desde o dia 29 de maio, e no dia 8 de junho foi transferido para a UTI. Foi contaminado apesar de adotar os cuidados contra o coronavírus.

"Foi um marido bom e um pai babão, que mimava suas crias como ninguém", descreve sua mulher, Silvia Helena, a quem coube a missão de escrever sobre a morte de Guzzi e dar essa notícia.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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