Descrição de chapéu réveillon

Réveillon com grande público não está autorizado, diz governador da BA

Produtoras projetam festas para até 5.000 pessoas e shows de Anitta e Wesley Safadão

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Salvador

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), reagiu à venda de ingressos para festas de Réveillon e afirmou que não há autorização para realização de eventos com multidões no estado.

As declarações foram dadas após a Folha publicar nesta quarta-feira (11) que produtoras estão vendendo ingressos para festas com até 5.000 pessoas em destinos turísticos como Boipeba, Itacaré e Morro de São Paulo, na Bahia, e também em outros estados nordestinos.

“Quem estiver comercializando produtos de festas para o Réveillon está fazendo exclusivamente por sua conta e risco. É importante que as pessoas saibam disso”, afirmou o governador.

Ele orientou às pessoas que tenham notícias sobre a venda de ingressos para festas que comuniquem ao Ministério Público e ao governo da Bahia, por meio do Procon. “Nós não autorizamos essa comercialização."

Rui Costa afirmou que não há decreto autorizando festas –o atualmente em vigor permite eventos com no máximo 300 pessoas– e disse ser impossível antecipar qual será o cenário em dezembro.

A Bahia vive um cenário de queda nos casos da Covid-19 e possui 3.380 casos ativos da doença nesta quinta-feira (12), com 42% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados.

O governador, contudo, destacou a imprevisibilidade do cenário da pandemia e lembrou o caso de Israel, que mesmo com cerca de 80% da população vacinada planeja adotar medidas restritivas para barrar o avanço da variante delta.

“É desejo de nós todos que a gente se liberte desse vírus o quanto antes. Mas é prematuro ficar fazendo anúncio para o futuro sem conhecer a realidade do vírus, que tem se mostrado traiçoeiro”.

As vendas de ingressos acontecem a despeito do cenário incerto da pandemia da Covid-19. Foram anunciadas festas com programação de até cinco dias e que preveem shows de artistas como Anitta, Wesley Safadão, Bell Marques e Barões da Pisadinha.

Nas principais cidades do litoral da Bahia, já foram anunciadas festas privadas com público de até 5.000 pessoas. O secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, diz que tem sido procurado por empresas que desejam promover festas de Réveillon. Mas afirma que a realização de eventos dependerá do quadro de disseminação da Covid-19 até o final do ano.

“As prefeituras são quem têm competência de liberar os alvarás para festas. Mas, em geral, elas têm seguido os decretos estaduais. O governo só vai liberar eventos de maior porte se houver segurança sanitária” afirma.

A secretaria trabalha na definição de um padrão de protocolos sanitários para o setor de turismo. Mas algumas produtoras de festas se anteciparam e apresentaram projetos que incluem até mesmo a exigência de carteira de vacinação e a realização de testes de Covid-19 antes do evento.

Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM) informou na última semana que planeja uma festa com cinco dias de programação entre 29 de dezembro e 2 de janeiro. Mas não deu detalhes sobre a dimensão e o formato da festa.

O secretário municipal de Cultura e Turismo, Fábio Mota, afirma que a prefeitura trabalha com diferentes cenários, que variam desde uma festa de menor porte até um evento no mesmo padrão de anos anteriores, quando chegou a reunir até 250 mil pessoas por dia.

“Se a festa vai acontecer ou não, vai depender do cenário da pandemia. Mas o planejamento está sendo feito, até porque não dá para organizar um evento do porte do Réveillon em cima da hora”, diz.

A dimensão do Réveillon vai depender, sobretudo, do avanço da vacinação até o final do ano. Até esta terça-feira (10), cerca de 684 mil pessoas haviam sido imunizadas com as duas doses da vacina contra a Covid-19 em Salvador –a cidade tem cerca de 2 milhões de residentes acima de 18 anos.

No ano passado, a festa em Salvador aconteceria em formato de live, mas foi cancelada em meio ao recrudescimento dos casos de Covid-19 no país.

O mesmo aconteceu com festas em outras cidades do Nordeste, que suspenderam os eventos após governos estaduais e prefeituras intensificarem as medidas restritivas.

Em alguns casos, os cancelamentos foram precedidos de batalhas judiciais envolvendo produtoras, prefeituras e governos estaduais.

Na Bahia, o governador chegou a acionar a polícia para bloquear a entrada de casas de eventos. Mesmo assim, houve registros de aglomerações e eventos clandestinos em destinos turísticos como Trancoso, Caraíva e Arraial D’Ajuda.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.