Descrição de chapéu Obituário Lourdes Maria Bandeira (1949 - 2021)

Mortes: Foi referência no estudo da violência contra a mulher

Lourdes Maria Bandeira foi professora titular do Departamento de Sociologia da UnB

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A professora Lourdes Maria Bandeira equilibrava o rigor, a suavidade e o caráter humanitário. Filha de mãe alemã e pai italiano, era uma pessoa rigorosa consigo e com os demais, muito ética e a favor dos direitos humanos e do respeito ao outro.

“Ela tinha mãos firmes, mas suaves”, diz a professora de sociologia da UnB (Universidade de Brasília), Mariza Veloso, amiga há mais de 30 anos.

Determinada e inteligente, Lourdes pesquisou sobre feminicídio e violência contra a mulher. De 2008 a 2011, nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (ambos do PT) ela assumiu um cargo de gestão na Secretaria de Políticas para Mulheres, órgão vinculado à Presidência da República.

Lourdes Maria Bandeira (1949-2021)
Lourdes Maria Bandeira (1949-2021) - Luis Gustavo Prado/Secom UnBB

Natural de Ijuí (RS), formou-se em ciências sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tinha mestrado em sociologia pela UnB (Universidade de Brasília) e doutorado em antropologia pela Université René Descartes, em Paris. Já o pós-doutorado, em Sociologia do conflito, foi na École des Hautes Études en Sciences Sociales, também na capital francesa.

Desde 2005 ela era professora titular do Departamento de Sociologia da UnB. Coordenava o Nepem (Núcleo de Estudos e Pesquisas da Mulher) e era membro do Conselho de Direitos Humanos da Universidade de Brasília.

Atualmente, desenvolvia os projetos de pesquisa “Feminicídio no Brasil” e “Relações de cuidado e cuidadoras nas redes inter-institucionais de apoio às mulheres vítimas de violência”.

“Lourdes fez mais de 110 orientações de mestrado e doutorado, segundo contou uma aluna. Ela estava com um livro pronto para ser publicado, ganhou o título de professora emérita, que receberia nos próximos 15 dias e será dado em memória. A Lourdes pode ser considerada uma intelectual pública”, conta Mariza.

Lourdes Maria Bandeira morreu dia 12 de setembro, aos 72 anos. Ela sofreu uma embolia pulmonar, o que complicou o quadro de saúde.

“Ela deixa a perseverança, dignidade como pessoa humana, a capacidade de respeitar o ser humano e lutar pelos direitos das mulheres. Ela foi persistente nessa temática, que cada vez mais se revela fundamental na sociedade brasileira. Foi uma das introdutoras do conceito de feminicídio no Brasil”, diz Mariza.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.