Descrição de chapéu Obituário Titus Meili (1947 - 2021)

Mortes: Brasileiro de alma suíça foi pai de todos e um progressista

Engenheiro civil, Titus Meili foi amado pela comunidade e pela família

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São Paulo

Quarto filho de um casal de suíços, o engenheiro civil Titus Meili foi considerado um pai para muitas pessoas. Com carinho e tempo disponível, estava sempre pronto para ajudar.

Além das duas filhas biológicas, também sempre tratou como filha uma vizinha que ele conheceu há 20 anos —e que sempre quis adotar.

Ele faleceu no dia 13 de outubro, aos 74 anos, após ficar 43 dias internado no hospital.

um homem idoso está sentado de frente para uma mesa segurando um garfo e olhando para um prato de comida.
Titus Meili (1947-2021) - Arquivo pessoal

O nome de herança suíça dificilmente era acertado de primeira. "Todo mundo errava o nome do meu pai. Até na missa de sétimo dia o padre errou", afirma sua filha Luciana Meili, 49, gestora cultural e dona de uma editora.

Nascido em São Paulo, estudou no Colégio Visconde de Porto Seguro e depois se formou engenheiro.

Um de seus hobbies era velejar na represa de Guarapiranga. "Ele tinha um barco na categoria Star. Depois que se casou com a minha mãe, o vendeu para cuidar da gente", diz a filha.

Como engenheiro civil, fez muitos projetos de fábricas e indústrias. No começo da carreira, ele trabalhou junto com seu pai, o suíço Eurico Meili, um calculista de estruturas de concreto, que uniu-se a grandes arquitetos modernistas como Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas. "Eles [pai e filho] juntos fizeram muitos projetos relevantes para a história da arquitetura do Brasil", afirma Luciana.

Conhecido por ter ideias malucas, ele foi um engenheiro que fazia projetos de arquitetura para seus clientes e sempre foi aprovado.

Ele morou na Vila Madalena e fez muitos amigos pelo bairro. Cliente fiel do Empanadas Bar, estabelecimento que serve petiscos clássicos argentinos, era chamado de Luís pelo garçom, que errou uma vez o seu nome, mas ele preferiu não corrigir.

Sua filha recorda que durante a cerimônia de cremação afirmou que ele tinha sido um pai para muitas pessoas e ouviu a confirmação delas. "Ele ajudou muita gente com carinho e tempo. Era uma sensação que eu tinha e que foi confirmada", afirma. "Ele tinha todas essas facetas: engenheiro, velejador e pai para muita gente."

Segundo Luciana, ele era um brasileiro com alma suíça e totalmente de esquerda. "Ele era um progressista que acreditava em um projeto de esquerda para o Brasil".

O engenheiro civil deixa a ex-mulher, duas filhas, dois irmãos, sete sobrinhos e nenhum neto, a sua grande frustração.

"Ele era muito amado pela comunidade, pelos amigos, pela família e clientes, todo mundo gostava demais do meu pai."

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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