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SP tem mais furtos e roubos em 2021, mas ainda abaixo de período pré-pandemia

Número de homicídios dolosos ficou abaixo do registrado em 2019 e 2020

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São Paulo

Os registros de crimes patrimoniais, como furtos e roubos, tiveram alta de até 21% no estado de São Paulo no ano passado, em comparação a 2020. Apesar desse aumento, os índices de criminalidade continuam abaixo dos registrados em 2019, antes da pandemia de Covid-19.

Os dados fazem parte do pacote estatístico divulgado pelo governo paulista nesta quarta-feira (26), que também traz uma redução de 6,3% dos homicídios dolosos (intencionais) no estado –de 3.038 vítimas, em 2020, para as 2.847, do ano passado. Em relação a 2019, quando houve 2.906, a queda é de 2%.

Ainda sobre os crimes patrimoniais, aquele de maior aumento (21%) em 2021 foi o de furto de veículos. Em números absolutos, foram 79.670 veículos levados pelos criminosos sem necessidade de violência (ou grave ameaça), contra 65.724 do ano anterior.

Policiais militares de São Paulo fazem patrulhamento no litoral norte do estado - Eduardo Anizelli/Folhapress

Apesar desse aumento, os crimes registrados no ano passado ainda estão 12,1% abaixo dos furtos de veículos de 2019, com 90.652 boletins.

Os demais furtos, entre os quais os de itens como celulares e a residências, também apresentam forte alta em 2021, chegando a 20% em comparação ao ano anterior. Foram 470.196 registros no ano passado, contra os 392.311 de 2020.

Por outro lado, fica abaixo 10% dos 522.167 crimes registrados em 2019.

Os roubos de veículo também tiveram alta no ano passado, em comparação a 2020, pulando de 31.891 para 33.039, acréscimo de 3,6%. Já com relação a 2019, houve uma queda de 29%. Naquele ano, 46.517 veículos foram levados com violência no estado de São Paulo.

Também segue nessa mesma linha, de aumento em comparação a 2020, mas em queda em relação a 2019, os registros de roubos em geral (alta de 3,1% na comparação com 2020, mas queda de 11,6% em relação a 2019), e roubos de carga (alta de 10,3% na comparação com 2020, mas queda de 10,9% em relação a 2019).

Entre os crimes patrimoniais que não tiveram aumento em 2021 estão os latrocínios, que são os roubos com mortes, com queda de 7,3% em comparação ao ano anterior e, também, em relação a 2019 (13,5%).

Os roubos a bancos tiveram queda de 38% em 2021 em comparação a 2020 e de 14,3% em relação a 2019.

Para o secretário-executivo da Polícia Militar, Alvaro Camilo Batista, a brusca queda dos índices de criminalidade de 2020 foi um ponto fora da curva e, assim, provocou uma distorção nas estatísticas. Isso porque, segundo ele, havia uma tendência de queda dos crimes patrimoniais antes da pandemia, conforme demonstra uma comparação dos dados deste ano com 2019.

"Os índices vinham em uma queda e continuam numa queda. O trabalho está muito assertivo. Ainda há espaço para incremento de tecnologia, e ainda redução dos crimes. Principalmente os crimes violentos, como roubo", disse.

Quanto ao crescimento do número de furtos, Camilo atribui o aumento a pessoas em situação de rua que praticam pequenos crimes, como furtos de cabos de energia elétrica, entre outros.

"O furto está sendo muito prejudicado por conta da desordem, pela quantidade de gente nas ruas, mendicância. Isso traz um reflexo, principalmente nos pequenos delitos. Eles tentam fazer algum tipo de dinheiro, normalmente para comprar droga. A quantidade de pessoas nas ruas acaba influenciando nisso. Se eles não têm de onde tirar, eles vão atrás de qualquer coisa", disse.

O coronel da reserva Alvaro Camilo, secretário-executivo, da Secretaria de Segurança de São Paulo - Gabo Morales/Folhapress

Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, ainda é cedo para avaliar as variações estatísticas de 2021, mas a criminalidade pode ficar abaixo dos índices pré-pandêmicos.

"É preciso ter uma série histórica maior, mas é provável que tenha tido uma quebra do patamar anterior e, assim, vai acabar estabilizando um pouco abaixo", disse o sociólogo.

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