Se foliões têm planilha informal com os blocos que estão fazendo a festa na capital paulista, ambulantes também não ficam atrás na hora de descobrir um bom lugar para encostar o carrinho cheio de bebidas.
Os grupos de WhatsApp bombam com troca de informações sobre os blocos que caíram no gosto do povo –e que estão secos por uma cervejinha gelada. Na falta de programação oficial, a solidariedade é fundamental.
"A gente nunca vem na certeza. Sai procurando", diz o ambulante Rafael Lima de Oliveira, 32. Já na rua, entra em ação o espírito de colaboração entre eles, maior do que a concorrência. "A gente se comunica bastante", afirma.
Oliveira investiu R$ 2.000 em bebidas, que ganham gelo só no caminho entre a zona leste, onde mora, e o centro expandido, cenário do Carnaval. Nesta quinta-feira (21), ele parou na rua Barra Funda, onde foliões se reuniram no Bloco do Amor.
A camareira Rosenilda Rosa, 49, aproveita o Carnaval para complementar a renda. Ela soube por grupo de família no WhatsApp que o Bloco do Amor tinha gente suficiente para compensar a viagem de metrô desde a zona leste. "A gente tem que se virar. Fiquei desempregada durante um tempo", disse.
Rosenilda diz que o Grupo dos Marretas, no WhatsApp, tem mais de cem participantes e anda meio tímido nesse período. É por lá que todos se ajudam na luta pelo sustento, indicando bons lugares para parar.
"Ligo para uns três, quatro e já fico sabendo. Hoje, andei bastante até chegar aqui", disse João Filho Gama, 52. Experiente, faz 30 anos que trabalha na "marreta". Para ele, a Festa do Peão de Barretos é imbatível. "Já vendi R$ 2.000 em uma noite, numa saída", conta.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.