Demolição de prédio que pegou fogo na 25 de Março deve começar no sábado (16)

Não haverá implosão; andares inferiores do edifício ainda têm material inflamável e dificultam acesso da Defesa Civil, dos bombeiros e dos operários

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São Paulo

O trabalho de demolição do prédio que pegou fogo na região da rua 25 de Março, no centro de São Paulo, deve começar no próximo sábado (16), segundo Marcos Monteiro, secretário da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras). A prefeitura já descartou realizar uma implosão.

Apesar do início dos trâmites para a demolição, os bombeiros ainda trabalham com o risco de o fogo voltar. Há áreas com altas temperaturas no edifício e material inflamável no térreo, primeiro e segundo andares, segundo o secretário. Essas condições dificultam a entrada das equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e da empresa que fará a demolição.

Prédio na região da rua 25 de Março, centro de São Paulo, atingido por incêndio - Zanone Fraissat/Folhapress

Monteiro afirma que a implosão do prédio está descartada por causa da proximidade do edifício com outros imóveis.

"Não há condições de fazer uma implosão. Em um primeiro momento, será feita uma demolição mais delicada com uso de equipamentos externos. Se houver condições de entrada das pessoas no local para continuar os trabalhos de forma manual, isso será feito", disse em entrevista coletiva nesta quinta (14).

Devido ao risco iminente de colapso do prédio, a avaliação da estrutura será feita por imagens capturadas por drones nesta quinta (14).

"No final da tarde nós teremos todo o plano de trabalho e data de início. A empresa já está em fase de contratação e participará da reunião técnica para começar a instalar as proteções e iniciar os trabalhos no sábado."

Prédio atingido por incendio no ultimo domingo, na região da rua 25 de março, corre o risco de desabar
Prédio atingido por incendio no ultimo domingo, na região da rua 25 de março, corre o risco de desabar - Rubens Cavallari/Folhapress

A prefeitura já havia decidido pela demolição do prédio e planejava entrar na Justiça para avançar com o plano mesmo que não houvesse aval da empresa que administra o condomínio. Não foi preciso. Nesta quarta, os lojistas que tinham salas no edifício aceitaram a recomendação da gestão municipal para demolição.

Quem arcará com os custos é a própria prefeitura, em caráter emergencial, mas a fatura será enviada para os lojistas. "Os valores vão ser apurados durante a realização dos trabalhos. Ainda não se sabe direito a extensão dos danos e as dificuldades da demolição. A prefeitura, evidentemente, vai solicitar aos proprietários, ao condomínio, a restituição dos valores", disse Monteiro.

Não há previsão para liberação das áreas isoladas no entorno do prédio que pegou fogo. No entanto, Monteiro afirma que não deve haver ampliação do isolamento, pelo contrário, o objetivo é reduzir ao mínimo possível. "As medidas que a prefeitura está tomando são para segurança dos cidadãos, incluindo os trabalhadores da Defesa Civil e funcionários que vão entrar [operários e bombeiros]. A segunda preocupação é a retomada da atividade econômica."

Mais de 2.500 lojas foram afetadas de alguma maneira pelo incêndio. A maior parte delas não abriu ou funcionou com equipes reduzidas durante a semana. De acordo com a Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências), não é possível estimar, por enquanto, o tamanho do prejuízo.

Somente no prédio que pegou fogo havia pelo menos 78 salas comerciais, utilizadas como lojas ou depósitos de estoque de comércios na região. "Além de terem perdido tudo, os lojistas vão ter que arcar com as despesas da demolição também, mas a prefeitura [na reunião com os comerciantes] disse que eles terão um tempo para pagar e que não precisará quitado de uma vez", explica Cláudia Urias, diretora-executiva da Univinco.

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